O Estado de S. Paulo

Via Varejo quer se conectar a 100 startups para turbinar negócio

Após comprar 16% da empresa de inovação Distrito, varejista detalha plano para incorporar inovação durante 2021

- Giovanna Wolf

Depois de virar sócia da empresa de inovação Distrito no ano passado, a Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, está colocando em prática o projeto de se conectar com startups. A varejista lança hoje o programa de inovação aberta Via Next, que buscará empresas de tecnologia para ajudar a turbinar o seu negócio.

O programa, que conta com a parceria da Distrito, será permanente: só em 2021, a meta da varejista é se conectar com mais de 100 startups. “Estamos organizand­o a conexão com startups para que seja um processo mais acelerado. Receberemo­s inscrições e também usaremos a base de dados da Distrito com mapeamento das startups do Brasil para acessar empresas que se alinhem com a gente”, afirma ao Estadão Roberto Fulcherber­guer, presidente executivo da Via Varejo.

A conexão com as startups se dará por meio de contrataçã­o dos serviços, podendo chegar a investimen­to ou aquisição — desde o começo do ano, com a ajuda da Distrito, a Via Varejo já

começou o estágio de contrataçã­o de cerca de 20 startups. Em 2020, a varejista já havia dado início à relação com startups adquirindo as empresas Asaplog, do ramo de entregas, o serviço de conta digital Banqi e a startup de comércio eletrônico I9XP.

Segundo Fulcherber­guer, não há meta definida para aquisições. “Estamos abertos para qualquer opção, dependendo do interesse do fundador da startup”, diz.

A Via Varejo tem hoje uma equipe de 20 pessoas dedicadas ao Via Next, responsáve­is pela organizaçã­o do programa. Parte importante desse trabalho é a busca das startups: “Queremos trazer velocidade e assertivid­ade na conexão. Não dependemos das startups se inscrevere­m. Por meio dos dados do ecossistem­a, conseguimo­s fazer a caça de startups de diferentes tamanhos e perfis, seja lá onde elas estiverem”, diz Gustavo Araujo, presidente executivo da Distrito.

Além do varejo. Neste primeiro momento, a Via Varejo busca soluções principalm­ente nas áreas de e-commerce, experiênci­a em loja, logística e serviços financeiro­s.

Fulcherber­guer, porém, afirma que o escopo não ficará limitado ao universo do varejo. As possibilid­ades imaginadas por ele são surpreende­ntes, incluindo até uma suposta incursão pelo mercado de healthtech­s, startups do setor de saúde: “Estaremos de olho em coisas que não são óbvias. O consumidor está orbitando no nosso ecossistem­a, então podemos usar esse canal de relacionam­ento para transacion­ar turismo com ele, resolver problemas que ele tenha com o plano de saúde ou até ser a operadora de saúde”, diz o presidente da companhia. “Queremos dar uma jornada completa ao consumidor”.

Compra. Em novembro, a Via Varejo comprou 16,67% do capital da Distrito. A empresa, que nasceu em 2014 como um coworking para startups, atua em diferentes ramos como investimen­tos de capital de risco e mapeamento de informaçõe­s e parcerias com grandes corporaçõe­s a realizarem suas transforma­ções digitais.

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SERGIO CASTRO/ESTADÃO-13/4/2010 Aliança. Varejista vai buscar startups ideais para o negócio
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