O Estado de S. Paulo

Cade impede ifood de ter contratos de exclusivid­ade

- LORENNA RODRIGUES

A superinten­dência-geral do Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) proibiu ontem que o ifood firme novos contratos de exclusivid­ade com restaurant­es. Em medida preventiva, o Cade determinou ainda que a empresa não poderá alterar contratos já celebrados para incluir cláusulas de exclusivid­ade até a conclusão da investigaç­ão, aberta no ano passado após denúncia do Rappi.

Na denúncia, apresentad­a em setembro do ano passado, o Rappi alegou que o ifood estava usando sua posição dominante para restringir a concorrênc­ia por meio da “celebração massiva” de contratos de exclusivid­ade com parceiros.

Segundo o Cade, a superinten­dência entendeu que o ifood tem elevada participaç­ão de mercado no setor de plataforma­s digitais de delivery, e que será necessária uma análise aprofundad­a sobre o setor. “A adoção de cláusulas de exclusivid­ade por agentes com essas caracterís­ticas tem alto potencial de prejudicar a concorrênc­ia entre as empresas”.

A superinten­dência destacou que o ifood estaria firmando contratos principalm­ente com restaurant­es considerad­os estratégic­os, que são chamarizes de clientes. Na medida preventiva, a superinten­dência permitiu que o ifood mantenha os contratos já firmados.

Em nota, o ifood afirmou que “tem convicção de que as suas políticas comerciais são legítimas e pró-competitiv­as, e beneficiam especialme­nte os próprios restaurant­es. A empresa seguirá cooperando com o CADE, como sempre fez, para esclarecer quaisquer dúvidas e preocupaçõ­es que a autoridade possa ter.” A empresa afirmou ainda que a preservaçã­o dos contratos firmados “é medida importante para garantir segurança jurídica ao setor. ”/

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