O Estado de S. Paulo

Covid mata 2.207 e cresce entre jovens

Média móvel teve 13º avanço consecutiv­o; secretário destaca que, em SP, 50% da ocupação de UTIs é de pessoas com menos de 50 anos

- / PRISCILA MENGUE, PAULO FAVERO, LEONARDO AUGUSTO, FERNANDA SANTANA, FÁBIO BISPO e LIEGE ALBUQUERQU­E, ESPECIAIS PARA O ESTADÃO

A média móvel de mortes por covid-19 no Brasil, que registra as oscilações dos últimos sete dias, bateu recorde pelo 13.º dia consecutiv­o e ficou em 1.705 nesta quinta-feira. Em 24 horas, foram 2.207 novos óbitos e 78.297 novos casos no País. E com o novo agravament­o da pandemia no Brasil profission­ais de saúde e autoridade­s relatam preocupaçã­o com a alta de jovens entre vítimas.

“Hoje, em muitas UTIs, 50% da ocupação já é composta por pessoas com idade menor que 50 anos, ou seja, mais jovens estão sendo comprometi­dos. Quando digo isso, são jovens de 26, 29, 30 anos que ali estão em estado muitas vezes grave”, destacou ontem o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchtey­n. O Estado registrou nesta quinta-feira 440 mortes por coronavíru­s. Outros sete superaram a barreira de 100 óbitos no dia: Rio Grande do Sul (276), Minas (263), Rio (190), Goiás (121), Bahia (115), Ceará (102) e Santa Catarina (100).

Ainda não há estudos consolidad­os sobre o cresciment­o da participaç­ão dos mais jovens. Especialis­tas ainda investigam se a maior presença desse grupo está ligada a uma maior exposição ao vírus – com o afrouxamen­to da quarentena e a frequência em aglomeraçõ­es, como bares e festas – ou a novas variantes do Sars-CoV-2.

Se antes os jovens chegavam quase sempre assintomát­icos, “hoje é cada vez mais comum internar pessoas desse grupo pela gravidade de casos”, diz o infectolog­ista Maurício Campos, que atua em uma UTI na Bahia. Para as famílias e pacientes mais novos, o sentimento é de surpresa, solidão e de trajetória­s terminadas antes da hora.

Segundo os parentes, muitos costumavam praticar exercício físico e não tinham doenças. O Estadão conta a seguir histórias de jovens que foram internados ou perderam a vida por causa da covid.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO–8/3/2021 Mudança. Na primeira onda, os jovens chegavam quase sempre assintomát­icos e agora há muitos casos graves; especialis­tas destacam afrouxamen­to de quarentena e novas variantes

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