Malandro ou mané?
Engato o assunto desta semana em uma questão que levantei na coluna passada (se você não leu, corre lá no site do
Estadão: bit.ly/onovocofrinhodefora. Garanto boas risadas).
Nada me suscita maior reprovação do que aqueles que fazem questão de fazer as coisas erradas de propósito, na malandragem, de querer se mostrar melhor que o resto, o quebrador de regras… Meu bem, deixa eu te contar: isso ficou lá no passado, na sua juventude transviada. Hoje em dia, só é bacana e realmente descolado aquele que segue e respeita as regras – e isso vale para além das questões da pandemia. Então, se você está usando a máscara de forma errada ou colando em mim na fila do supermercado
porque você acha uma baboseira esse papo de 1,5 m de distância, você só é, sem meias-palavras, um trouxa, um mané mesmo.
Nessas situações – que não são poucas –, a minha primeira reação é sempre ficar zangada, com raiva, e me dou certa razão. Mas, ao mesmo tempo, descobri recentemente, na prática, que é mais fácil desarmar tais indivíduos com gentileza e educação – é tática de jogo mesmo, não apenas maturidade minha. Meu impulso real e minha única vontade é lançar olhares de repulsa e reprovação. Mas um recado sincero, ou um simples “ops, você se distraiu e sua máscara caiu
do nariz” faz muito mais efeito do que passar raiva e só apontar dedos.
Afinal, o que importa é o resultado, é o passar para frente a mensagem e deixar o mundo um pouco mais seguro e melhor (ah, se fosse tão simples assim...). Um puxão de orelha falso de cada vez. O que falta para tudo isso acabar depende da minha, da sua, enfim, da nossa atitude.
✽ TODA SEMANA, RENATA MESQUITA REPROVA ABSURDOS VISTOS POR AÍ