O Estado de S. Paulo

Malandro ou mané?

- Renata Mesquita

Engato o assunto desta semana em uma questão que levantei na coluna passada (se você não leu, corre lá no site do

Estadão: bit.ly/onovocofri­nhodefora. Garanto boas risadas).

Nada me suscita maior reprovação do que aqueles que fazem questão de fazer as coisas erradas de propósito, na malandrage­m, de querer se mostrar melhor que o resto, o quebrador de regras… Meu bem, deixa eu te contar: isso ficou lá no passado, na sua juventude transviada. Hoje em dia, só é bacana e realmente descolado aquele que segue e respeita as regras – e isso vale para além das questões da pandemia. Então, se você está usando a máscara de forma errada ou colando em mim na fila do supermerca­do

porque você acha uma baboseira esse papo de 1,5 m de distância, você só é, sem meias-palavras, um trouxa, um mané mesmo.

Nessas situações – que não são poucas –, a minha primeira reação é sempre ficar zangada, com raiva, e me dou certa razão. Mas, ao mesmo tempo, descobri recentemen­te, na prática, que é mais fácil desarmar tais indivíduos com gentileza e educação – é tática de jogo mesmo, não apenas maturidade minha. Meu impulso real e minha única vontade é lançar olhares de repulsa e reprovação. Mas um recado sincero, ou um simples “ops, você se distraiu e sua máscara caiu

do nariz” faz muito mais efeito do que passar raiva e só apontar dedos.

Afinal, o que importa é o resultado, é o passar para frente a mensagem e deixar o mundo um pouco mais seguro e melhor (ah, se fosse tão simples assim...). Um puxão de orelha falso de cada vez. O que falta para tudo isso acabar depende da minha, da sua, enfim, da nossa atitude.

✽ TODA SEMANA, RENATA MESQUITA REPROVA ABSURDOS VISTOS POR AÍ

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