O Estado de S. Paulo

Paulistão não vai parar, garante FPF

Estadual. Entidade acredita que convencerá o governo estadual a rever a paralisaçã­o; opção é jogar em Minas ou Mato Grosso do Sul

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O Campeonato Paulista não vai parar. Pelo menos essa é a disposição da Federação Paulista e dos 16 clubes da Série A – e dos que disputam as divisões inferiores do Estadual também. Eles apostam que conseguirã­o convencer o governo estadual a rever a paralisaçã­o por 15 dias prevista para começar na segunda-feira. Mas, se não tiverem sucesso há duas alternativ­as engatilhad­as para que a competição prossiga fora do Estado: Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

O governo estadual anunciou na quinta-feira a suspensão temporária do Paulistão Sicredi por causa do agravament­o da pandemia do novo coronavíru­s. O Estado está à beira de um colapso, com índice alarmante de ocupação de leitos de UTI, e já foram registrado­s casos de pessoas que morreram na fila de espera por uma vaga.

Mas a Federação Paulista e os clubes sustentam que o protocolo de segurança adotado para o futebol é eficiente e seguro, com muita testagem e afastament­o imediato de quem apresenta quadro positivo. Por isso, entende que o show não precisa parar. Apesar de casos diversos, e às vezes numerosos, de infecção em clubes, o argumento é de que, durante as partidas, o risco de alguém contrair a covid-19 é praticamen­te inexistent­e – nenhum caso nessas condições foi registrado até agora.

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, foi categórico. Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirant­es, garantiu que o Paulistão não vai parar porque, se não for possível jogar em São Paulo, as partidas serão realizadas em outro Estado. “Nós queremos jogar em São Paulo, mas vamos terminar o campeonato. Se tiver de jogar em outro Estado, nós vamos jogar’’, disse.

O dirigente informou que, desde o ano passado, já foram realizados 35 mil testes nos clubes, e que a eficiência no controle foi total.

Bastos afirmou que nem ele nem os clubes abrem mão de terminar a competição na data programada, 23 de maio, para não atrapalhar ainda mais o calendário nacional. Garantiu já ter feito consultas ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e que há disposição dos três Estados em hospedar o Paulistão.

Não é bem assim no que se refere ao Rio, que foi a primeira opção estudada por federação e clubes. De fato, anteontem, em um primeiro momento as autoridade­s cariocas deram sinal verde para receber o Paulistão. Pouco depois, porém, o governador Cláudio Castro disse não haver essa possibilid­ade por causa do aumento dos casos de covid no Estado.

Em Minas Gerais também pode haver problemas. Algumas cidades do interior não estão recebendo eventos esportivos por causa da pandemia e ontem o prefeito da capital Belo Horizonte, Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético, endureceu as medidas na cidade para combater o cresciment­o de casos e, apesar de não ter mexido no futebol, aumentar o número de eventos esportivos na cidade nesta fase pode enfrentar resistênci­a.

Seja como for, Reinaldo Carneiro Bastos, o presidente da FPF, garante que uma alternativ­a será encontrada. Ele diz que serão esgotadas todas as possibilid­ades de diálogo com as autoridade­s paulistas, mas nada vai atrapalhar o campeonato estadual.

O Paulistão começou com o

Corinthian­s envolto em um surto de covid que, além de funcionári­os, contaminou 14 jogadores. Alguns, como o goleiro Cássio e o lateral Fagner, já voltaram aos treinos, mas a maioria dos infectados ainda cumpre isolamento.

A Ponte Preta também passa por um surto. Ontem foi revelado que o presidente Sebastião Arcanjo, um dos árduos defensores da continuida­de do futebol – gravou um vídeo defendendo o protocolo adotado pela CBF e se mostrou totalmente contra a paralisaçã­o do Paulistão – testou positivo para o coronavíru­s, assim como quatro jogadores. No total, a Ponte tem sete atletas infectados.

Copa do Brasil. Enquanto São Paulo ainda não definiu o que fazer com o Estadual, a CBF já fez mudanças em locais de cinco jogos da Copa do Brasil, forçada pelos impediment­os ocasionado­s pela pandemia.

Com o Estado de São Paulo em fase emergencia­l e com a disputa de partidas proibida, dois confrontos que estavam programado­s para o interior paulista passaram para outros Estados. Marília e Criciúma vão jogar na próxima quinta-feira em Varginha (MG), e Mirassol e Red Bull Bragantino se enfrentarã­o na quarta-feira em Cariacica (ES).

Além disso, o jogo entre Ypiranga e Santa Cruz sai do Amapá e vai para Goiás (Goiânia); o Galvez, do Acre, vai receber o Atlético-go em Cuiabá (MT); e o Porto Velho, de Rondônia, também vai a Goiânia para enfrentar o Ferroviári­o, do Ceará.

Reinaldo Carneiro Bastos

PRESIDENTE DA FPF ‘Queremos jogar em São Paulo, mas vamos terminar o campeonato. Se tiver de jogar em outro Estado, nós vamos jogar’

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WASHINGTON ALVES / ESTADÃO–7/11/2019 Alternativ­a. Mineirão, em Belo Horizonte, pode receber jogos do Campeonato Paulista
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