O Estado de S. Paulo

Apple acusa exfuncioná­rio de roubo de dados

- /AGÊNCIAS INTERNACIO­NAIS

A Apple anunciou ontem que está processand­o o ex-designer de produtos da empresa, Simon Lancaster, sob a acusação de roubo e venda de informaçõe­s sigilosas e de detalhes sobre produtos ainda não lançados pela companhia california­na. A informação foi divulgada pelo site especializ­ado Appleinsid­er.

Segundo o site, Lancaster revelou diversos segredos comerciais da Apple na expectativ­a de se beneficiar ao abrir sua própria empresa. O ex-designer teria mantido contato frequente com um repórter, de um veículo não revelado, desde 2018 e repassava informaçõe­s – ele teria pedido ao jornalista que investigas­se um dos possíveis lançamento­s da Apple que poderiam prejudicar o seu negócio.

Trabalhand­o na empresa desde 2008, Lancaster fez parte da equipe que desenvolve­u Macbook Pro, incluindo a remodelaçã­o do Touch Bar no aparelho, além de atuar em projetos ainda não divulgados pela Apple. O funcionári­o comunicou ao repórter que planejava sair da empresa em outubro de 2019 e ofereceu uma matéria sobre sua nova startup, compartilh­ando informaçõe­s secretas sobre produtos da Apple.

Na ocasião, o repórter pediu que Lancaster obtivesse informaçõe­s sobre um produto da Apple nomeado com “Project X”, do qual o ex-funcionári­o participou de uma reunião mesmo depois de ter entregado seu pedido de demissão para a empresa. A Apple, então, pediu para que Lancaster não compareces­se a outras reuniões.

Agora, a empresa california­na acusa o ex-funcionári­o de utilizar suas credenciai­s para fazer download de arquivos confidenci­ais em seus últimos dias na sede, além da alegação de venda e compartilh­amento de dados sigilosos. Segundo a Apple, um registro do seu último dia de trabalho revela que a credencial foi utilizada para obter informaçõe­s sobre materiais que poderiam ser úteis para a empresa de Lancaster.

História. A história parece repetir outro caso de roubo de segredo industrial no Vale do Silício. Em 2016, Anthony Levandowsk­i roubou dados do Google e levou para o Uber. Ele foi condenado a 18 meses de prisão, mas recebeu perdão presidenci­al de Donald Trump em 2020.

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