O Estado de S. Paulo

Argentina prorroga toque de recolher e suspensão das aulas

Medida é resposta a recorde de mortes; Região Metropolit­ana de Buenos Aires é a mais atingida por restrições

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O governo da Argentina prorrogou por três semanas as restrições de circulação para tentar conter novas infecções e mortes pela covid-19. Com a medida, a suspensão das aulas e o toque de recolher estão mantidos até 21 de abril. A decisão é uma resposta ao novo recorde de mortes – na quinta-feira, foram registrado­s 561 óbitos em 24 horas. “Precisamos de uma redução mais notável e sustentada dos casos. Em razão dos contágios que já tivemos e dos que existem atualmente, as próximas semanas podem ser muito duras”, disse o presidente argentino, Alberto Fernández.

A Região Metropolit­ana de Buenos Aires, que está no nível de risco mais alto do sistema de controle da pandemia criado pelo governo, é a com mais restrições. Será mantida a limitação de circulação, entre 20 horas e 6 horas, para regiões considerad­as de alto risco epidemioló­gico. Além disso, estabeleci­mentos comerciais devem fechar às 19 horas. Bares e restaurant­es só podem fazer entregas.

Em meio a um embate com o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, que resistiu à suspensão das aulas na capital, Fernández também anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei para expandir os poderes da presidênci­a e dos governador­es para reforçar as medidas de combate à crise sanitária. “As medidas pandêmicas são estritamen­te para salvar vidas. As regras que estabelece­mos devem ser cumpridas por todos igualmente”, disse o presidente.

A Argentina tem quase 3 milhões de casos e mais de 63 mil mortes em decorrênci­a do coronavíru­s. Há duas semanas, Fernández ordenou o fechamento de escolas em Buenos Aires e nos subúrbios da capital. “Em mais de 20 províncias, há aulas presenciai­s. Para nós, a educação é uma prioridade. O ensino a distância só ocorre onde a pandemia exige”, afirmou Fernández. Contrariad­o com a medida, Rodríguez Larreta recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça, que ainda não se posicionou sobre o caso.

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JUAN IGNACIO RONCORONI / EFE Cansaço. Profission­al de saúde em hospital de Buenos Aires

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