Jogador de polo aquático chama rival de ‘bicha’ e é punido
Sérvio acabou suspenso por quatro partidas e ainda teve de pagar multa após ofensa contra adversário
Insultos homofóbicos não passam mais incólumes no esporte espanhol. Eles terão consequências. Esta é a conclusão dos esportistas, entidades e federações após o caso do sérvio Nemanja Ubovic, que joga na equipe de polo aquático do Sabadell. O Comitê de Competição da Federação Espanhola de Natação considerou o caso “grave” de acordo com o seu Código Disciplinas, e sancionou o jogador com quatro partidas de suspensão e ainda aplicou uma multa no valor de 200 euros, aproximadamente R$ 1.400, por ter chamado o rival espanhol Víctor Gutiérrez, do Terrassa, de “bicha”, com espírito ofensivo.
O episódio ocorreu durante os Jogos da Liga Nacional de Polo Aquático, disputados por seus clubes há duas semanas na Espanha. Gutiérrez denunciou publicamente o incidente após o termino do confronto.
A Comissão de Competição abriu processo contra o jogador sérvio, que agora foi penalizado. Todos os envolvidos no caso foram ouvidos e as imagens de TV do evento foram verificadas. O órgão disciplinar entendeu que Nemanja Ubovic proferiu um insulto homofóbico ao adversário no fim do jogo e repetiu o insulto quando ambas as equipes faziam o tradicional ato de aperto de mão, já fora da piscina.
Victor Rodríguez, que há vários anos manifestou publicamente sua homossexualidade, disse na saída da piscina que esta foi a segunda vez que Ubovic gritou “bicha” para ele. Segundo
o jogador do Terrassa, o sérvio já havia feito a mesma ofensa durante a própria partida.
“Entre todos nós, conseguimos fazer história. Talvez pela primeira vez a homofobia no esporte será sancionada”, destacou o jogador espanhol em uma rede social ao tomar conhecimento da resolução do Comitê de Competição. “Havia duas opções: olhar para o outro lado e ser cúmplice ou realmente demonstrar que no esporte a homofobia não tem lugar”, acrescentou o jogador de polo aquático da equipe de Madri.
Ele agradece à Federação Espanhola de Natação e ao Conselho Superior Desportivo “por terem demonstrado um firme compromisso de erradicar esses comportamentos”.