IBGE consegue fazer Censo 2021, diz Rios Neto
O IBGE está preparado tecnicamente para realizar o Censo Demográfico em 2021, “a depender das condições sanitárias”, afirmou o novo presidente do órgão, Eduardo Rios Neto, empossado esta semana. Outra exigência é a recomposição integral do orçamento de R$ 2 bilhões, e mesmo assim a tempo de que os preparativos sejam retomados de forma a levar a campo a coleta ainda este ano.
Com o cronograma atrasado em decorrência do corte orçamentário, já não é possível iniciar a coleta em 1.º de agosto, conforme o previsto.
“O projeto do Censo Demográfico está pronto, estamos preparados para sua realização em 2021. Isso significa adiar o início da coleta, para algum momento em setembro ou outubro”, informou Rios Neto, na primeira entrevista concedida ontem à imprensa, virtualmente.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou em decisão liminar na quarta-feira que o governo federal adote as medidas necessárias para conduzir o Censo Demográfico em 2021. Realizado a cada dez anos, o censo deveria ter ido a campo em 2020, mas acabou adiado para este ano por conta da pandemia. Rios Neto declarou que aguarda o julgamento no STF e espera uma decisão final até meados de maio.
O presidente lembrou que o isolamento social foi um marco para a decisão de adiar o censo demográfico de 2020, mas que o órgão se preparou para levar o levantamento a campo este ano. Segundo ele, a direção foi surpreendida pelo corte orçamentário que reduziu a verba para o censo em mais de 90%.
A realização do censo durante a pandemia adotaria diferentes métodos de coleta (presencial e remoto, com entrevistas por telefone e questionários de internet), procedimentos de segurança dos envolvidos na operação e treinamento dos mais de 200 mil contratados. “Diferentemente daqueles que propunham adiamento do censo em 2022, eu defendia viabilidade técnica de sua realização em 2021”, completou o presidente do IBGE.
Questionado sobre uma data-limite que permita o IBGE fazer o censo ainda em 2021, Rios Neto evitou cravar um prazo. “Depende muito de quando a gente terá certeza de que vai ter orçamento ou não”, disse.