PIB da zona do euro cai 0,6% no 1º trimestre
Região registra sua segunda recessão técnica num período de 12 meses, mas analistas dizem que caminho agora é de recuperação
A economia da zona do euro mergulhou em uma segunda recessão técnica após a contração registrada no primeiro trimestre. Economistas dizem, no entanto, que a região agora está firmemente estabelecida num caminho de recuperação, uma vez que as restrições relacionadas à pandemia foram suspensas em meio a campanhas de vacinação.
O escritório de estatísticas da União Europeia, o Eurostat, disse que o produto interno bruto (PIB) dos 19 países que compartilham o euro recuou 0,6% em relação ao trimestre anterior.
Em relação ao mesmo período do ano passado, foi registrada uma queda de 1,8%.
Isso deixa a zona da moeda única em sua segunda recessão técnica (queda do PIB por dois trimestres seguidos) em 12 meses, após uma queda de 0,7% do PIB trimestral no último trimestre de 2020. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda trimestral de 0,8% e uma perda anual de 2,0%.
“Um pouco melhor do que o esperado, mas ainda assim uma recessão técnica, (...) com o PIB caindo novamente no 1.° trimestre”, disse Bert Colijn, economista sênior para a zona do euro do banco ING.
“A resiliência implícita mostra que a economia está pronta para seu (um pouco atrasado) início da recuperação da pandemia, o que significa que o quadro de uma economia sem brilho na zona do euro deve mudar rapidamente”, disse ele.
Causas. A contração da zona do euro no primeiro trimestre foi causada principalmente por uma queda trimestral de 1,7% em sua maior economia, a Alemanha, embora tenha sido compensada pelo crescimento trimestral de 0,4% na segunda maior, a França.
“A recessão é coisa do passado. Com vacinações progressivas e uma propagação sazonalmente mais lenta do coronavírus, os números de infecção devem continuar a cair nas próximas semanas”, disse Christoph Weil, economista sênior do Commerzbank.
“De modo geral, a economia provou no primeiro trimestre ser menos elástica às restrições, em relação à primavera passada, e que poderá operar em níveis quase normais”, disse Maddalena Martini, economista da Oxford Economics.
Separadamente, o Eurostat estima que os preços ao consumidor da zona do euro subiram 0,6% no comparativo mensal em abril, um ganho anual de 1,6%, conforme esperado por economistas consultados pela Reuters.
O Eurostat também disse que o desemprego na zona do euro caiu em março para 8,1% da força de trabalho, ou 13,166 milhões de pessoas, ante 8,2% revisados para baixo em fevereiro, 13,375 milhões de pessoas, contrariando expectativas de um aumento para 8,3%.