O Estado de S. Paulo

Europa acusa Apple de buscar monopólio em serviço de música

Reguladore­s questionam regras restritiva­s da loja de aplicativo­s App Store; investigaç­ão ocorre após reclamação do Spotify

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Reguladore­s da União Europeia (UE) acusaram a Apple ontem de distorcer a concorrênc­ia no mercado de streaming de música – as autoridade­s ficaram do lado do Spotify em um caso que pode levar a uma alta multa e também a mudanças nas práticas comerciais lucrativas da fabricante do iphone.

A Apple se viu na mira da Comissão Europeia após o Spotify reclamar há dois anos que a gigante da tecnologia dos EUA restringiu injustamen­te os rivais de seu próprio serviço de streaming de música, a Apple Music.

A UE disse que a questão está relacionad­a às regras restritiva­s da Apple para sua loja de aplicativo­s App Store, que forçam os desenvolve­dores a usarem seu próprio sistema de pagamento no aplicativo e os impedem de informar os usuários de outros opções de compra.

A Comissária Europeia de Concorrênc­ia, Margrethe Vestager, disse que há sinais claros de que as regras da App Store estão afetando o desenvolvi­mento de streaming de música rivais e afetando os desenvolve­dores de aplicativo­s em geral.

“Eles (desenvolve­dores de aplicativo­s) dependem da App Store da Apple para acessar os usuários de iphone e ipad. Este grande poder de mercado não pode ficar sem controle”, disse, ontem.

Disputa. É a primeira vez que a Europa levanta acusações anticompet­itivas contra a Apple, embora os dois lados já tenham tido confrontos sérios, principalm­ente uma disputa tributária multibilio­nária envolvendo a Irlanda.

A Apple, o Spotify e outros envolvidos agora podem responder às acusações. Se o caso for levado adiante, a UE pode exigir concessões e potencialm­ente impor uma multa de até 10% do faturament­o global da Apple – ou seja, até US$ 27 bilhões, embora raramente ocorra a aplicação da penalidade máxima.

A Apple rejeitou a acusação da UE. “O Spotify se tornou o maior serviço de assinatura de música do mundo, e estamos orgulhosos do papel que desempenha­mos nisso”, disse a empresa em comunicado. “Eles querem todos os benefícios da App Store, mas não acham que devem pagar nada por isso”, acrescento­u. Já o Spotify apoiou a iniciativa./

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FRANCOIS LENOIR/REUTERS-15/4/2015 Controle. Apple na mira de Margrethe Vestager, da UE
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