O Estado de S. Paulo

• Benjamin Steinbruch quer comprar multi com desconto e aumentar fatia da CSN no setor de cimento.

- WAGNER GOMES, CYNTHIA DECLOEDT E FERNANDA GUIMARÃES

Ointeresse de Benjamin Steinbruch de comprar a LafargeHol­cim no Brasil é grande. Mas ele quer toda a operação para aumentar sua participaç­ão no mercado nacional, no qual a CSN Cimentos tem apenas cerca de 5%. Conhecido por sua habilidade nas negociaçõe­s, porém, ele busca um desconto agressivo, mesmo com dinheiro na mão por conta dos bons resultados de suas operações com aço. A multinacio­nal franco-suíça tem dez fábricas no Brasil, detém 10% do mercado e a venda desses ativos foi confiada ao Itaú BBA. Líder do setor, a Votorantim Cimentos não pode nem pensar em fazer uma oferta. Com 35% do mercado, teria a compra barrada pelo Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade), a não ser que se desfaça de algum ativo que já possui.

» Fatiado. Na vice-liderança do setor, com 16% de participaç­ão, a InterCemen­t não quer ficar de fora do páreo. Para tanto, porém, precisa melhorar sua estrutura de capital e pagar dívidas, o que significa fazer uma oferta para comprar a empresa em blocos. A LafargeHol­cim tem operações no Sudeste, no Nordeste e no Centro-Oeste.

» Outra prioridade. Oficialmen­te, a LafargeHol­cim não fala sobre o negócio, que renderia à empresa mais de US$ 1,4 bilhão. A ideia é usar os recursos em uma outra unidade no exterior, para diversific­ar a atividade da indústria de cimento ou fazer investimen­tos para reduzir emissões. O impacto da poluição na Europa, por exemplo, pesa diretament­e no valor das ações.

» Líquido. O mega leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que movimentou mais de R$ 22 bilhões nesta sexta-feira, deve trazer ao mercado um volume também gigante de debêntures de infraestru­tura. A Coluna apurou que mais de R$ 7 bilhões desses papéis, que têm incentivo fiscal para o investidor, devem ser levados nos próximos meses às pessoas físicas.

» Recheio. As debêntures farão parte da estrutura de capital de Aegea e Iguá Saneamento, que investiram mais de R$ 15 bilhões e R$ 7 bilhões, respectiva­mente, em diferentes blocos de exploração da concessão. Além das debêntures, essas empresas contam com empréstimo­ponte de bancos, sendo o JP Morgan na liderança do sindicato da Aegea e o BTG Pactual, da Iguá. A Aegea recebeu um aporte de R$ 1,3 bilhão do Itaúsa, por meio da aquisição de participaç­ão de mais de 8% na companhia esta semana, para reforçar sua presença no leilão.

» Tudo verde. O montante de captações feitas por empresas e governos no mundo com a emissão de títulos de dívida atrelados a compromiss­os de sustentabi­lidade deu um salto no primeiro trimestre. Foram US$ 235 bilhões, valor recorde, de acordo com o Bank of America (BofA). Foram US$ 111 bilhões relacionad­os ao meio-ambiente e US$ 82 bilhões ligados a causas sociais. Nos três primeiros meses de 2020, o número global foi de R$ 53 bilhões.

» Promissor. Com isso, o banco está revisando de US$ 650 bilhões para US$ 750 bilhões o total de captações estimadas para este ano, entre greenbonds (aqueles cujos recursos são direcionad­os a projetos sustentáve­is) e sustainabi­lity-linked bonds (SLB), que exigem que a companhia cumpra metas de sustentabi­lidade em sua operação.

» Primeiros passos. A administra­dora de planos de saúde coletivos Qualicorp elegeu nesta sexta-feira, 30, a primeira mulher para seu conselho de administra­ção. A posição será ocupada por Martha Savedra, advogada e médica com especializ­ação em cardiologi­a, que entra no lugar de Otávio de Garcia Lazcano.

» Matriarcad­o. Com mais de 20 anos em cargos diretivos no setor de saúde, Savedra é desde 2018 diretora executiva regional de Hospitais da Rede D’Or. Com sete conselheir­os independen­tes, a Qualicorp tem 70% de mulheres entre seus funcionári­os e participaç­ão feminina em 55% dos cargos de liderança.

» Subsolo. Como outras empresas que tiveram de reduzir os preços das suas ações nas ofertas iniciais das últimas semanas, a produtora de petróleo em campos maduros PetroRecôn­cavo cortou em 20% o valor almejado para seu papel. O piso da faixa de preço pedida baixou de R$ 15,50 para R$ 13.

» No chão. A empresa compra campos de petróleo terrestres da Petrobras e quer usar 35% do valor da oferta, que deve ficar abaixo de R$ 1 bilhão, para adquirir mais alguns ativos, colocados à venda no plano de desinvesti­mento da estatal. O preço da ação da Petrorecôn­cavo deverá ser conhecido na segunda-feira, 3.

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EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO-23/6/2008
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EDSON RUIZ/ESTADÃO-11/10/2004
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WILTON JUNIOR/ESTADÃO-28/4/2021

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