O Estado de S. Paulo

Com apelo por ‘união’, evento mira 2022

Encontro virtual pelo Dia do Trabalho reúne líderes políticos e tem críticas ao presidente Jair Bolsonaro

- / CÁSSIA MIRANDA, MATHEUS LARA, E.R., DANIELA AMORIM, MARCIO DOLZAN E BRENDA ZACHARIAS

O apelo por uma “união de forças” para “derrotar” o bolsonaris­mo deu a tônica do evento virtual em celebração ao Dia do Trabalho, promovido por centrais sindicais. A live, com mensagens de líderes políticos, também foi usada indiretame­nte como palanque eleitoral.

Sob as bandeiras da defesa da democracia, emprego, vacina, auxílio emergencia­l de R$ 600 e críticas ao presidente Jair Bolsonaro, artistas, sindicalis­tas e adversário­s políticos participar­am do evento por meio de vídeos transmitid­os ao longo de mais de três horas.

Um dos principais nomes da chamada “terceira via”, Ciro Gomes (PDT) classifico­u o contexto deste 1.º de Maio como “o pior momento da história brasileira”. Ele foi o primeiro do evento a destoar dos demais ao aparecer na tela com um vídeo com edição profission­al, num ensaio para o horário eleitoral de 2022.

Numa alfinetada no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e possíveis “outsiders” dispostos a concorrer em 2022, Ciro disse que “só sairemos desse círculo vicioso” se, entre outras coisas, “não nos iludirmos com fogos de palha que rapidament­e queimam nossas esperanças”.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que a unidade das centrais sindicais na realização do evento (o segundo neste formato) é um indicativo de dias melhores: “É um importante sinal de esperança, sinal de fé e sinal de dias melhores na nossa Pátria”.

Os ex-presidente­s Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Lula dedicaram a maior parte de seus discursos a comentar a situação econômica do País. “A questão fundamenta­l do nosso país, hoje, é reabrir a economia de modo tal que ela possa permitir que nós tenhamos trabalho e renda para nossas famílias”, disse FHC. Assim como Ciro, Lula apareceu na tela num visual de horário eleitoral. “Já estivemos nas sete maiores economias, mas hoje descemos ladeira abaixo e somos a 12.ª”, destacou o petista.

Intervençã­o militar. Apoiadores de Bolsonaro também realizaram atos em diversas capitais que tiveram em comum ataques ao Supremo. Após criticar as centrais sindicais pela manhã (mais informaçõe­s nesta página), Bolsonaro sobrevoou de helicópter­o uma manifestaç­ão que ocupou o gramado em frente ao Congresso, onde o público segurava faixas e gritava frases pró-intervençã­o militar. Um dos motes era “Bolsonaro, eu autorizo”, em referência a uma fala do presidente do dia 14 de abril, em que disse que esperava “um sinal do povo” para agir. No solo, de cima de um trio elétrico, diversos parlamenta­res bolsonaris­tas discursara­m para os manifestan­tes aglomerado­s. Eduardo Bolsonaro também participou da manifestaç­ão. Uma carreata em apoio ao presidente ocupou as faixas do Eixo Monumental.

Em São Paulo, a reunião bolsonaris­ta teve críticas ao governador João Doria (PSDB). “A raiz do mal no nosso país está no STF”, disse o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) em um caminhão de som. No Rio, apoiadores do presidente se aglomerara­m na Avenida Atlântica.

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REPRODUÇÃO Centro. FHC foi principal expoente fora da esquerda em ato

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