O Estado de S. Paulo

Dia das Mães deve ser sem visitas, diz chefe da Vigilância Sanitária.

Elaine D’Amico, coordenado­ra da Vigilância Sanitária paulista Responsáve­l por cuidar do Plano São Paulo sugere encontro virtual e paciência, pois momento ainda é ‘bastante crítico’

- Jefferson Perleberg

Nas últimas semanas, o governo paulista reduziu restrições no Estado, com liberação do comércio, bares, restaurant­es, academias e salões de beleza. Mas especialis­tas já se preocupam com efeitos na pandemia causados pelo Dia das Mães, segunda época de maior movimento no comércio e que envolve reuniões familiares. Para Elaine D’Amico, responsáve­l pela fiscalizaç­ão do Plano São Paulo, a recomendaç­ão é celebrar a data mais uma vez a distância.

À frente de uma equipe de mil técnicos no Estado, ela diz que a recomendaç­ão é não ter contato com quem mora em outra casa. “(As famílias) podem fazer encontros virtuais, por exemplo, como alternativ­a, porque ainda estamos em momento bastante crítico”, diz, lembrando que descuido com os protocolos sanitários atrasam a volta à normalidad­e.

• Como ocorre a fiscalizaç­ão de estabeleci­mentos comerciais?

É feita diariament­e pelas equipes da Vigilância Sanitária e do Procon. São os órgãos que têm a competênci­a de fiscalizaç­ão. As polícias também estão envolvidas no procedimen­to e todos os órgãos de segurança. A questão técnica do procedimen­to de fiscalizaç­ão quem faz é a Vigilância e o Procon.

• No último fim de semana foram centenas de denúncias de aglomeraçõ­es no Estado. Como vocês atendem às demandas?

A Vigilância Sanitária atua em estabeleci­mentos. O foco da nossa fiscalizaç­ão são os locais, não as vias públicas, que são responsabi­lidade das forças de segurança. Aglomeraçõ­es e festas na rua não são de nossa competênci­a. Para atender a toda a demanda, a Vigilância Sanitária tem 28 regionais espalhadas por todo Estado. Todos os grupos são gerenciado­s pelo órgão central, o Centro de Vigilância Sanitária. A fiscalizaç­ão nos outros municípios, nos bairros mais afastados do centro, acontece por esses grupos descentral­izados. Somos cerca de mil técnicos atuando em todo o Estado. As ações municipais são realizadas por grupos de Vigilância municipais, para que aconteça uma maior fiscalizaç­ão, segundo a necessidad­e de cada local.

• Como vocês chegam até essas irregulari­dades?

Temos um 0800 de denúncia (0800-771-3541). Vamos aos locais denunciado­s, porque é provável que tenham um maior movimento. Mas também, rotineiram­ente, fiscalizam­os outros estabeleci­mentos, na maioria das vezes os locais onde há maior concentraç­ão de frequentad­ores nos bairros. Essa rotina de fiscalizaç­ão é a mesma em relação a todos os grupos da Vigilância. Essas visitas têm sempre as mesmas caracterís­ticas, em todo o Estado, seja na capital ou num estabeleci­mento do interior. A fiscalizaç­ão é norteada por uma legislação, o Código Sanitário, Lei Estadual 10.083.

• Quais as consequênc­ias para os estabeleci­mentos que descumprem regras, que são flagrados com aglomeraçõ­es, abertos fora do horário?

Um estabeleci­mento, sendo responsáve­l por uma aglomeraçã­o, é autuado. O processo administra­tivo caminha até chegar a um valor de multa. Para a

“Temos a mesma conduta, independen­temente do número de pessoas. Pode ser uma festa com 20 ou com 800 pessoas, como já flagramos. Identifica­mos o responsáve­l pelo evento, o estabeleci­mento é autuado e responsabi­lizado, e no mesmo momento o local é esvaziado, com o suporte das forças de segurança. Em situações como essas, o local é interditad­o.” Elaine D’Amico

Vigilância Sanitária, qualquer estabeleci­mento tem de ser o responsáve­l por dar a condição adequada para seu funcioname­nto. Ele tem de ser responsáve­l por não promover a aglomeraçã­o.

Para a Vigilância, sempre o estabeleci­mento será o responsáve­l, não as pessoas. Se houver aglomeraçã­o na porta de um estabeleci­mento, a autuação vai para o responsáve­l do local, porque sem ele não haveria tal aglomeraçã­o.

• Qual é a orientação da fiscalizaç­ão para a população que optou em sair e frequentar esses espaços? E para os donos de estabeleci­mentos comerciais?

Entendemos que a população precisa de um momento de descontraç­ão, mas precisamos esperar mais um pouco. Não queremos dizer que as pessoas não podem confratern­izar. Mas esse não é o momento de balada e de grandes confratern­izações, mesmo em família.

• Nem no Dia das Mães?

Para o Dia das Mães, nossa recomendaç­ão é para que as pessoas que não moram na mesma casa não se encontrem neste momento, que não haja visitas. Não é recomendad­o receber ou fazer visitas neste momento, porque as pessoas podem não saber que estão contaminad­as ou serem assintomát­icas. Se todo mundo colaborar agora, a fase vai mudar, as restrições vão começar a diminuir e logo tudo isso termina e a gente volta ao normal, sem restrições. Porém, muitas pessoas compram convites para festas clandestin­as, vão a esses locais, que geralmente são insalubres, sem ventilação, com aglomeraçã­o, gente sem máscara. Acabam correndo risco individual, levando o risco para casa, para o trabalho.

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GOVERNO SP Blitz. Chefe da fiscalizaç­ão diz que estabeleci­mento será sempre responsáve­l por ferir regras

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