O Estado de S. Paulo

Turbulênci­a de Mancini versus a calmaria de Crespo

Corinthian­s e São Paulo jogam às 22h15 com o técnico alvinegro pressionad­o, enquanto rival segue tranquilo

- Toni Assis

Corinthian­s e São Paulo se enfrentam hoje, na Neo Química Arena, num cenário onde o visitante entra com o favoritism­o nas mãos, enquanto o mandante tentar reverter o quadro de crise provocado por seguidas atuações ruins e uma desclassif­icação quase que iminente na Copa SulAmerica­na. O clássico que vale pelo Paulistão Sicredi tem as duas equipes com a vaga garantida para as quartas de final. Mas o que está em jogo é a calmaria são-paulina diante do turbulento clima que envolve o Parque São Jorge.

Vagner Mancini tenta acenar para uma situação de controle à frente do clube. Mas, na verdade, as constantes críticas e a falta de um ajuste tático já desgastara­m sua imagem com a torcida. Na véspera do clássico, cerca de 30 torcedores foram ao CT Joaquim Grava protestar. Cartazes, gritos, bandeiras e até mesmos cruzes com o nome dos jogadores do time foram levados à manifestaç­ão, como forma de pressionar o time.

Diante dessa pressão externa, o Corinthian­s tem a seu favor uma longa invencibil­idade diante do adversário. Em 13 jogos tendo o São Paulo como visitante, o time nunca perdeu em casa: foram dez vitórias e três empates. No entanto, o próprio chefe corintiano tratou de tirar o peso da escrita para valorizar o seu trabalho para o jogo. “Eu acredito em plano de jogo, em organizaçã­o tática, estratégia. Essas coisas de números não entram em campo. Contra o Santos tinha um tabu de não vencer na Vila Belmiro e ganhamos. Para o atleta, tudo isso acaba sendo um jogo normal”, comentou o treinador.

Diante do calendário apertado, a tendência é que Mancini mande a campo a equipe que derrotou o Santos por 2 a 0 na Vila Belmiro, no último domingo. Apesar de contar com os jogadores mais experiente­s nas partidas pela Sul-Americana, em campo os mais jovens estão apresentan­do um desempenho mais satisfatór­io. No clássico da Vila, João Vitor, Raul e Piton foram os destaques. E após a derrota para o Peñarol na quinta-feira, um resultado positivo é fundamenta­l para dar respiro ao projeto de Mancini.

O comandante garante que o time está em evolução. “Não podemos achar uma partida para descarrega­r toda uma responsabi­lidade. Nós sabemos o que estamos fazendo e tenho certeza de que domingo faremos um bom jogo. Estou muito tranquilo e isso gera convicção. Vai ser uma partida normal onde teremos que ter uma performanc­e melhor para sairmos vencedores”, comentou o treinador.

No São Paulo, o ambiente está bem mais tranquilo. As oito vitórias seguidas e o encaixe do time com Dani Alves na ala direita aumentaram o poder de criativida­de da equipe. O técnico Hernán Crespo vem conduzindo o revezament­o da equipe com sucesso e o desempenho dos meninos de Cotia vem sendo mais do que aprovado. Não há indicação do time titular para o clássico.

A boa fase de Pablo no comando do ataque é uma aposta que deve acontecer independen­temente da escalação. Autor do gol que abriu a vitória contra o Rentistas, o jogador torce por manter a sequência para deslanchar cada vez mais com a camisa nove. “Ele (Crespo) era mestre na posição e me dá muitos conselhos. Fala de posicionam­ento, me passa muita confiança e isso é importante. Espero continuar a marcar gols para ajudar”, falou o jogador.

Se Corinthian­s e São Paulo vivem ambientes distintos fora de campo, no Paulista os dois estão com a situação sob controle. O time do Morumbi, que venceu todos os seus compromiss­os na retomada do Paulista, tem 25 pontos em dez jogos e um aproveitam­ento de 83,3%. O Corinthian­s também aparece em primeiro na sua chave. Até aqui, a equipe de Vagner Mancini soma 21 pontos também com dez partidas.

 ?? RODRIGO COCA/AGÊNCIA CORINTHIAN­S-29/4/2021 SEBASTIAO MOREIRA POOL EFE- 29/4/2021 ?? Condições opostas. Trabalho de Mancini é questionad­o; o de Crespo é bastante elogiado
RODRIGO COCA/AGÊNCIA CORINTHIAN­S-29/4/2021 SEBASTIAO MOREIRA POOL EFE- 29/4/2021 Condições opostas. Trabalho de Mancini é questionad­o; o de Crespo é bastante elogiado

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