O Estado de S. Paulo

3 PERGUNTAS PARA...

Tereza Cristina, ministra da Agricultur­a

- A.B.

1. A indústria do ovo vive um momento histórico no consumo e, ao mesmo tempo, uma forte pressão nos preços de produção. Como resolver?

O setor já vinha crescendo e é verdade que vive um boom na pandemia. Agora, esses produtores estão com problemas, mas esses problemas não são só deles, mas de todos os setores que ainda não têm uma comerciali­zação mais sólida com os insumos, que são o farelo de soja e o milho, para ração.

2. O setor pede isenção de PIS/ Cofins, por exemplo, que já é dada ao importador de ovos. O que pode ser feito?

Vamos ver. É preciso compreende­r que essa situação é temporária, porque é uma condição de mercado e, sobre isso, não há muito o que fazer. Do ponto de vista do Ministério da Agricultur­a, vamos incentivar o aumento de plantio de milho. A soja já aumentou sozinha.

3. Acabamos de ter uma supersafra de soja e milho. O problema é quantidade?

Estamos com safras recordes, realmente, mas essa questão dos insumos é um problema global. O mundo hoje é conectado, o Brasil não é uma ilha. Soja e milho que são duas commoditie­s internacio­nais, com preço de mercado listado em Bolsa lá fora. Veja que, na semana passada, o preço desses insumos para ração subiu mais, porque o clima nos EUA não está ajudando o plantio. Além disso, os EUA estão com estoque de milho muito baixo em relação ao que costumam ter. O estoque de soja deles está baixíssimo. Paralelame­nte, na área econômica, a China cresceu. Os EUA também vão retomar a economia com a vacinação. Tudo isso aumenta o consumo global./

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