O Estado de S. Paulo

PALMEIRAS E SÃO PAULO VENCEM E VÃO À FINAL

Com gols de Victor Luis e Luiz Adriano, time de Abel Ferreira chega à segunda decisão seguida do Estadual

- Gonçalo Junior

Alviverde, que eliminou o Corinthian­s, e o Tricolor, que bateu o Mirassol, decidirão o Paulistão

Depois de quase ter sido eliminado na fase de grupos, o Palmeiras está na final do Campeonato Paulista Sicredi 2021. Vai enfrentar o São Paulo em duas partidas. O time do Morumbi despachou o Mirassol e também avançou ontem com muitos méritos. O time de Hernán Crespo está há 14 jogos sem perder no ano.

A reviravolt­a do Palmeiras foi confirmada ontem com vitória sobre o Corinthian­s por 2 a 0 na Neo Química Arena. Foi um triunfo sólido, com poucos riscos e que poderia ter sido mais elástico – o time de Abel Ferreira acertou bola na trave e desperdiço­u chances. Jogando com os titulares, o Palmeiras chegou à vitória com gols de Victor Luís e Luiz Adriano. O placar evidencia como a equipe sobrou do ponto de vista técnico e tático. Uma hora após a partida, a diretoria anunciou a demissão do técnico Vagner Mancini.

As finais estão marcadas, por enquanto, para 19 e 23 de maio, mas as datas podem ser alteradas para 23 e 30. A Federação Paulista anuncia as datas hoje.

Eliminado da Sul-americana na semana passada na fase de grupos, o Corinthian­s tem de começar a fazer planos para o Brasileiro. E o primeiro passo será contratar um treinador. A diretoria confirmou a demissão de Mancini, que foi dominado no clássico e acumulava jogos ruins no ano. “A gente entende a cobrança da torcida. Saímos da Sul-americana e do Paulista diante de um rival. É uma tristeza grande. Já temos outros desafios pela frente. Agora é esquecer isso, trabalhar o mais forte possível para evoluir”, disse o atacante Gustavo Silva.

Depois de uma campanha irregular e de ter sido quase eliminado na primeira fase, quando teve calendário apertado com vários torneios simultâneo­s, o Palmeiras embalou e chega à final em ascensão. São sete vitórias seguidas. É a melhor marca da era Abel Ferreira até agora em 59 jogos. O Palmeiras não perde como visitante há 13 partidas. Duas semanas atrás, o Palmeiras estava próximo do vexame de ser eliminado na etapa classifica­tória. Agora, a equipe ganhou confiança com a excelente campanha na Libertador­es e as inúmeras opções do elenco. Hoje, o time vai além de ser um reativo, de contra-ataque, como se mostrou nos primeiros jogos da temporada.

Diante do arquirriva­l em sua casa, o Palmeiras também mostrou supremacia. O time de Abel Ferreira não perdeu os últimos quatro clássicos em Itaquera (dois empates e duas vitórias). É o visitante com mais triunfos no estádio (cinco). Para se ter uma ideia da importânci­a da marca, o São Paulo, outro integrante do Trio de Ferro, nunca venceu na casa do Corinthian­s.

A última derrota do time alviverde foi no dia 22 de julho do ano passado, na primeira etapa do Campeonato Paulista.

“É jogo dia sim, dia não, poucos treinament­os, mas sempre que entramos em campo tentamos fazer o nosso melhor. O mais importante é que chegamos na final por mérito”, disse o goleiro Weverton.

O abismo técnico e tático entre Palmeiras e Corinthian­s esteve em campo em Itaquera. Os dois times escalaram suas formações titulares. Para substituir Fagner, nome importante no esquema de três zagueiros de Mancini e que foi diagnostic­ado com covid-19, time da casa apostou no jovem Mandaca. Mas não deu certo.

Foi por ali que o Palmeiras encontrou o principal atalho para começar a desequilib­rar a partida. Logo aos 11 minutos, Victor Luís pegou o rebote de Cássio, após finalizaçã­o de Rony, e abriu o placar. Foi apenas o primeiro gol do lateral reserva, que só é escalado quando Viña fica fora. Pelo mesmo setor, Victor Luís acertou um chute rasteiro na trave e quase fez outro.

A vantagem no marcador deixou o Palmeiras ainda mais confortáve­l para jogar do jeito que gosta: marcando forte e aproveitan­do os espaços com velocidade. “O futebol vive de eficácia. Para sermos eficazes, precisamos criar. Na primeira etapa, criamos, fizemos um, teve outro anulado, bola na trave. No segundo tempo, era continuar focado que as oportunida­des de gol iriam aparecer”, afirmou João Martins, auxiliar técnico de Abel Ferreira.

Por outro lado, o Corinthian­s foi obrigado a criar e inventar jogadas, um desafio para a maneira opaca de o time atuar. Embora tenha conseguido desfazer a péssima impressão deixada após a goleada para o Peñarol, a equipe criou pouco. Mérito da perfeita marcação palmeirens­e. A saída foi trocar Cauê e Mandaca por Gustavo Silva e Mateus Vital. O Corinthian­s ganhou velocidade, mas continuava sem chutar a gol. A mudança de peças alterou pouco o domínio do rival em Itaquera.

Confortáve­l, o Palmeiras passou a apostar nos lançamento­s longos. Dono do jogo, o time alviverde preparou uma armadilha para definir a classifica­ção. E ela funcionou aos 30 minutos do segundo tempo, com o lançamento de Zé Rafael. Após tabela com Rony, Luiz Adriano finalizou bem para fazer 2 a 0.

Sem saída, o Corinthian­s esboçou reação apenas no fim do jogo. Gustavo entrou driblando na área e foi derrubado por Danilo. Na cobrança do pênalti, Luan acertou o travessão. Em termos simbólicos, a cobrança desperdiça­da refletiu a falta de rumo do time na semifinal.

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CESAR GRECO / PALMEIRAS O voo de Victor Luís. Lateral abre a contagem para o Palmeiras na Neo Química Arena: donos da casa não tiveram forças para reagir e foram eliminados

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