O Estado de S. Paulo

• O BTG Pactual vai baixar o valor mínimo para gestão nos EUA de fortunas de investidor­es.

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OBTG Pactual pode abraçar clientes menos ricos em sua área de gestão de fortunas nos Estados Unidos. O banco acaba de abrir sua plataforma para atender os endinheira­dos em Miami para assessores financeiro­s daquele país que atendem principalm­ente latinos. Atualmente, o tíquete de entrada na casa está em US$ 1 milhão. Segundo Rogério Pessoa, chefe da área de gestão de fortunas do BTG, ao trazer os brokers (profission­ais similares aos agentes autônomos no Brasil) e os RIAS (Registered Investment Advisers, equivalent­es aos consultore­s de investimen­to), o valor mínimo disponível para investir deverá cair, apesar dele não saber ainda qual será. A meta do BTG é triplicar o volume em gestão nos EUA em dois anos. Atualmente, são R$ 40 bilhões. » Receita. A área de gestão de fortunas do BTG costuma receber clientes com mais de R$ 10 milhões em aplicações financeira­s no Brasil. Com o cresciment­o dos agentes autônomos, passou a abrigar quem tem R$ 2 milhões. São R$ 317,4 bilhões sob gestão, incluindo R$ 40 bilhões da carteira americana.

» Caminho. O BTG quer aproveitar a saída do Wells Fargo, que fechou sua gestão internacio­nal de fortunas para se concentrar em clientes americanos. A instituiçã­o tinha mais de 300 assessores financeiro­s nas operações internacio­nais, muitos deles em Miami e Nova York.

» Alívio. Pesquisa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) mostra que o Dia das Mães movimentou R$ 4,1 bilhões na semana de 3 a 9 de maio de 2021. O dado foi 460% maior do que na data comemorati­va de 2020 - quando só 15% dos shoppings estavam abertos - e ficou 12% abaixo do que em 2019 - quando as unidades operavam plenamente. Os dados porcentuai­s já estão corrigidos pela inflação.

» Outros caminhos. A Dotz, empresa que permite acumular pontos para serem trocados por serviços e produtos, estuda alternativ­as para levar adiante sua captação, após decidir suspender sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na quinta. A solução está sendo negociada com as gestoras Ant Capital, Velt e Farallon, que ancoravam a oferta, e pode resultar na restrição a investidor­es qualificad­os.

» Assustou. Além da volatilida­de externa e da tensão no mercado local, que já derrubou parte dos IPOS programado­s para as últimas semanas, comentário­s do mercado davam conta que a presença da Farallon, especializ­ada na compra de ativos alternativ­os e de maior risco, afugentou alguns investidor­es.

» Entra e sai. Em 2017, a Farallon fez um empréstimo à Dotz de mais de R$ 100 milhões, por meio de debêntures conversíve­is em ações. O plano é liquidar essa dívida na captação. Além disso, a Farallon tem um bônus de subscrição de 5% de participaç­ão na Dotz, que será exercido antes da oferta de ações. A posição seria diluída no IPO, mas posteriorm­ente recomposta, já que a gestora norte-americana havia se comprometi­do a ficar com R$ 50 milhões.

» Mais um. A Ant Capital adquiriu recentemen­te uma participaç­ão de 5% na Dotz. Mas ainda tem a opção de adquirir mais 10% das ações a 120% do preço do IPO ou a 75% da média de preço dos 30 dias anteriores do exercício da opção. Procurada, a Dotz não comentou.

» Jabuti em árvore. Algumas mudanças na Medida Provisória da Eletrobras ajudaram a azedar o humor do mercado em relação à capitaliza­ção da companhia. Uma das propostas de ajuste apresentad­a pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) refere-se à conversão dos empréstimo­s compulsóri­os em ações, ao valor de R$ 29 - ontem, o papel era negociado acima de R$ 38. Apenas tais empréstimo­s somam, conforme o balanço da estatal, R$ 17 bilhões.

» Puxada de tapete. A leitura dos investidor­es é que a manutenção deste dispositiv­o torna a operação de capitaliza­ção inviável, visto que aumenta as incertezas no cálculo do valor futuro das ações. » Déjà vu. Mais um ponto da mudança do texto foi visto como "bode na sala": a temida possibilid­ade de interferên­cia nesse mercado. A proposta apresentad­a pelo relator da MP levantou questionam­entos quanto à chance de concentraç­ão nas mãos de um agente sem o controle do Estado. Por isso, incluiu alteração que permitirá à agência reguladora do setor intervir por meio da promoção de leilões para venda de parte da energia por empresas com "elevada participaç­ão no Ambiente de Contrataçã­o Livre". Com essa mudança, a Aneel poderia intervir na comerciali­zação da energia da Eletrobrás, após a capitaliza­ção.

CYNTHIA DECLOEDT, CIRCE BONATELLI E FERNANDA GUIMARÃES

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SCOTT MCINTYRE/THE NEW YORK TIMES-25/1/2021
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MARCOS DE PAULA/ESTADÃO-18/7/2013
 ?? ALEX SILVA/ESTADÃO-27/4/2021 ??
ALEX SILVA/ESTADÃO-27/4/2021

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