De polarização
Importante a reportagem Polarização invade entidades de classe (16/5, A5) Faz-nos meditar. Como advogado, sinto-me autorizado a fazer algumas considerações sobre a OAB, à qual sou filiado há mais de quatro décadas. Para tanto não se pode falar da entidade sem lembrar a gestão digna e relevante do saudoso Raimundo Faoro, que emprestou seu prestígio e respeito à entidade. Tenho comigo que a OAB, que desempenhou papel fundamental na luta pela redemocratização do País, parece ter perdido seu eixo com o término do regime ditatorial e, lamentavelmente, nunca mais abraçou nenhuma bandeira à altura de sua importância. Transformou-se em reduto de promoção pessoal de seus dirigentes, até mesmo impedindo a alternância de poder, predominando a reeleição de representantes dos grupos que a dominam, elegendo dirigentes que não fazem nenhuma diferença. Se for feita uma pesquisa entre os advogados, poucos se lembrarão de quem foram seus últimos presidentes, nacional ou regionalmente. Registre-se, por questão de justiça, que o atual presidente nacional tem até sobressaído nesse marasmo, tanto que é cogitado para se candidatar ao governo do Rio de Janeiro. Espero que, se eleito, não se perca como o ex-governador Wilson Witzel, ex-juiz federal.
ANTÔNIO DILSON PEREIRA
ADVDILSON.PEREIRA@GMAIL.COM
CURITIBA