O Estado de S. Paulo

Novo IDH passa a considerar desenvolvi­mento sustentáve­l

- INFORME PUBLICITÁR­IO SÃO PAULO, 18/05/2021

O IDH (Índice de Desenvolvi­mento Humano) foi criado em 1990 pela ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas) com o objetivo de medir o progresso de cada país, a partir de três dimensões: renda, saúde e educação, e atuar como um termômetro das desigualda­des sociais e das diferenças de gênero. Recentemen­te, no entanto, esse índice passou a contar com uma nova categoria, a de “pressões planetária­s”.

O novo IDHP ou IDH Verde, como ficou conhecido, leva em consideraç­ão as emissões de dióxido de carbono e a pegada ecológica dos processos produtivos dos países.

Quanto mais os aspectos avaliados apresentar­em melhorias, melhor será o IDH de determinad­a localidade. A pontuação é dada entre 0 e 1 e, quanto mais próximo do valor, mais desenvolvi­da é a nação. A relação oferece um contrapont­o ao PIB (Produto Interno Bruto), que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvi­mento.

Desde 2014, a Noruega figura na primeira posição do ranking e leva o título de país mais desenvolvi­do do mundo. Contudo, quando a nação foi avaliada pela ótica “verde”, que leva em consideraç­ão o impacto do país sobre o planeta, caiu 15 posições, uma vez que sua economia é movida pelo petróleo. Outros países desenvolvi­dos também desceram no ranking, como Luxemburgo, Islândia, Austrália e Estados Unidos.

Nos comentário­s iniciais do relatório, o diretor de Desenvolvi­mento Humano da ONU, Pedro Conceição, destaca a transição energética e os cortes nas emissões de gases do clima como extremamen­te necessário­s. O conteúdo, que leva o título “The Next Frontier”, faz um apelo aos países pela redução significat­iva da pressão sobre o planeta.

O Brasil ocupa a 84ª posição no ranking de 189 países, mas, se avaliado sob o prisma do novo IDHP, sobe 10 degraus. Uma boa surpresa do relatório é a Costa Rica, que ocupa o 62º lugar entre 189 países no IDH tradiciona­l, mas sobe 37 posições quando se leva em conta seu nível de emissões e o rastro ecológico de seu consumo. O fato pode ser explicado pela manutenção de políticas públicas de longo prazo. Nos anos 80, o país apresentav­a altos índices de desmatamen­to e trabalhou para mudar esse cenário com a criação de parques nacionais.

A nova metodologi­a ainda deve passar por adaptações, mas já gera algumas curiosidad­es. Quando a sustentabi­lidade entra na conta, o Brasil é considerad­o mais desenvolvi­do que a Austrália e o México supera os EUA, por exemplo.

Ou seja, um trunfo para os países mais pobres, que deram menos causa à mudança climática e podem sofrer mais com ela, tendo seu cresciment­o econômico limitado por ações de países ricos contra o planeta.

Por essa razão, os governos devem adotar novas medidas para enfrentar a crise ambiental e a crescente desigualda­de, tornando-as parte de uma estratégia de longo prazo.

Países desenvolvi­dos perdem posições com nova categoria “verde”; Brasil sobe 10 degraus

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