Insumos garantem mais 25 mi de doses
Anúncio de novos lotes do IFA permitirá a produção de mais 18 milhões de vacinas da Astrazeneca e outros 7 milhões da Coronavac
O Ministério da Saúde e o governo de São Paulo deram ontem boas notícias sobre a chegada de novos lotes do Insumo Farmacêutico Ativo, o IFA, das duas principais vacinas contra a covid-19 atualmente utilizadas no Brasil. Com eles poderão ser preparados mais 25 milhões de doses de imunizantes que permitirão retomar a campanha de vacinação.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que está esperando receber, no próximo sábado, dois lotes do insumo para a vacina de Oxford/astrazeneca, com quantidade suficiente para envasar 18 milhões de doses, informou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.
Segundo ele, o governo recebeu ontem mesmo a confirmação de que a China embarcará esses lotes no dia 21, com chegada ao Brasil no dia seguinte. Originalmente, eles seriam enviados nos dias 21 e 28.
“A boa notícia é que hoje recebi a confirmação de que esses dois lotes vão ser embarcados no dia 21 de maio. É uma quantidade suficiente para produção de aproximadamente 18 milhões de doses” disse Cruz em audiência da comissão temporária de acompanhamento da covid-19 no Congresso.
Já a quantidade de IFA para a Coronavac foi anunciada pelo governo paulista. O Instituto Butantan deve receber no dia 26 a próxima remessa para a Coronavac, com 4 mil litros de insumos que permitirão produzir cerca de 7 milhões de doses. “A chegada do novo lote com 4 mil litros de insumos está prevista para o dia 26”, afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo contrato. O governo paulista explica que o volume entregue na sexta-feira já permite iniciar o segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, para mais 54 milhões de vacinas. “Além das novas doses, serão entregues em maio outros 30 milhões de doses da vacina contra a gripe ao Ministério da Saúde, para distribuição em todo o País”, anunciou o governo.
Tanto a Fiocruz como o Butantan dependem da chegada de IFA da China para retomar a fabricação dos dois imunizantes. No caso do Butantan, o envase foi interrompido na semana passada por falta de insumos; a Fiocruz anunciou que interromperia o envase da vacina da Astrazeneca esta semana até a chegada de um novo lote.
O Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, afirma que os recentes ataques, diretos ou indiretos, do presidente Jair Bolsonaro à China têm interferido diretamente no cronograma de liberação dos insumos de parte dos fabricantes chineses. A propósito, o governador João Doria mencionou, na fala de ontem, que o atraso se devia a uma questão “política e diplomática”.
As vacinas da Astrazeneca e da Coronavac são as duas principais na estratégia brasileira de combate à covid. A Astrazeneca responde por 30% desse total, enquanto a vacina da Sinovac chinesa se encarregou de entregar 69%. O 1% restante ficou por conta da americana Pfizer.
Quase metade. Até agora o Butantan já entregou ao Ministério da Saúde quase metade do total negociado inicialmente com o Ministério da Saúde – 47,2 milhões de doses da Coronavac, de um total contratado de 100 milhões. A Fiocruz entregou 30,1 milhões de um primeiro contrato de 104,5 milhões. Até o momento, o Brasil vacinou 39,2 milhões de pessoas com a primeira dose, o equivalente a 18% da população, e 19,4 milhões com as duas doses (9% da população).
Ao anunciar o envio, pelo laboratório Sinovac, dos novos 3 mil litros de insumos em voo direto de Pequim, o governo paulista voltou a comentar a entrega, na sexta-feira passada, de mais 1,1 milhão de doses da Coronovac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que completou o total de 47,2 milhões de doses.
O Instituto Butantan já aguardava, havia dias, o anúncio de ontem, que permitiria se programar para a produção da nova leva. Ficou claro, no anúncio, que não há qualquer entrave na relação por parte do laboratório Sinovac.