O Estado de S. Paulo

SITUAÇÃO NO PAÍS

Avanço foi de 7,5% em duas semanas e 85% dos hospitais já trabalham com mais de 80% de lotação; também faltam kits para intubação

- José Maria Tomazela

A taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 cresceu 7,5% desde o fim de abril na rede hospitalar privada do Estado de São Paulo. Pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratóri­os (Sindhosp), realizada entre 11 e 17 de maio, mostrou que 85% dos hospitais já têm ocupação superior a 80%. Na pesquisa anterior, em 30 de abril, esse nível de lotação acontecia em 79% dos hospitais. A pesquisa mostrou que, entre aqueles mais lotados, 39% possuem ocupação entre 91% e 100%, enquanto 46% oscilam entre 81% e 90%.

Para o presidente do Sindhosp, o médico Francisco Balestrin, esse aumento preocupa, pois pode indicar tendência de alta nos casos de covid-19. “Também nos preocupa o ritmo lento das vacinações e a falta de vacinas, o que obriga a rede de saúde a ficar alerta para atender novos casos”, disse.

O sindicato dos hospitais lançou a campanha “Conscienti­za Sim”, usando a poesia em formato de rap com o rapper Fábio

Brazza para sensibiliz­ar a população. “Os hospitais precisam de tempo para se reorganiza­rem a fim de se prepararem para receber novos doentes. Como os governos não fizeram campanhas públicas maciças de conscienti­zação, estamos lançando nossa campanha”, ressaltou Balestrin.

‘Kit intubação’. A pesquisa ouviu 90 hospitais privados e mostrou ainda que em 58% o estoque de “kit intubação” só dá para 15 dias. Desses, 24% têm estoque só para dez dias.

Segundo o sindicato, a reposição é feita lentamente pela indústria e parte dos hospitais já importa os medicament­os. Quanto ao oxigênio, em 51% o estoque dá para 15 dias, mas 14% têm oxigênio para no máximo dez dias.

A pandemia levou 63% dos hospitais a cancelarem cirurgias eletivas (não urgentes) – mesmo porcentual de afastament­o de colaborado­res por problemas de saúde. Em 53%, o número de pacientes superou a capacidade de atendiment­o, em 38% faltaram profission­ais de saúde e em 34% houve falta de médicos.

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