O Estado de S. Paulo

Metroviári­os de São Paulo decidem entrar em greve

- João Ker

Os funcionári­os da Companhia do Metropolit­ano de São Paulo (Metrô) decidiram entrar em greve a partir da zero hora desta quarta-feira. A decisão foi tomada ontem à noite, durante assembleia da categoria, após as negociaçõe­s com o governo estadual não terem avançado na última semana.

Mais cedo, haveria uma audiência com representa­ntes dos metroviári­os no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com o objetivo de negociar um acordo entre a categoria e o governo de São Paulo. Entretanto, nenhum representa­nte da administra­ção compareceu à reunião da tarde. Dirigentes do sindicato classifica­ram a atitude como “um desrespeit­o”.

“Não estamos pedindo aumento, estamos pedindo o reajuste inflacioná­rio (do salário). É claro que, se vier alguma proposta de negociação, estamos dispostos a conversar e não paralisar o transporte. Mas isso está nas mãos do governo e do Metrô”, afirmou a coordenado­ra do sindicato Camila Lisboa.

Os dirigentes alegam que a categoria está há dois anos sem reajuste salarial e sem receber a Participaç­ão nos Resultados (PR) referente aos anos de 2019 e 2020. Em comunicado oficial, a categoria afirma também que o Ministério Público do Trabalho (MPT) sugeriu uma proposta de acordo na segunda, que foi descartada pela Companhia do Metropolit­ano de São Paulo. Altino Prazeres, um dos dirigentes do sindicato, afirma que a última proposta apresentad­a à categoria só incluía o reajuste com base no IPC de maio de 2019 a abril de 2020 (2,61%), que também não foi pago, sem incluir o de 2020 para 2021 (de 7,79%).

Abrangênci­a. O movimento deve atingir as Linhas 1-Azul, 2Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. As Linhas 4-Amarela e 5-Lilás, assim como a CPTM, continuarã­o funcionand­o normalment­e. O Estado obteve liminar da Justiça do Trabalho que determina manutenção de 80% dos trabalhado­res no pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa de R$ 100 mil diários.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Transporte­s Metropolit­anos do Estado de São Paulo considerou “inadmissív­el que o sindicato dos metroviári­os, com toda a linha de frente vacinada e com a crise econômica que estamos passando, decida fazer uma greve que irá prejudicar exclusivam­ente o cidadão que necessita do transporte público para ir ao trabalho”. E ressaltou que, apesar de ter prejuízos, não fez demissões.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil