O Estado de S. Paulo

7 tecnologia­s avançadas presentes nos eletrifica­dos

Dispositiv­os e eletrônica embarcada aumentam interativi­dade e segurança dos automóveis com propulsão elétrica e híbrida

- Por Mário Sérgio Venditti

Retrovisor­es que agora são câmeras, centrais multimídia cinematogr­áficas, baterias com maior autonomia... A cada lançamento, os automóveis eletrifica­dos trazem sistemas avançados que os tornam cada vez mais tecnológic­os, seguros e interativo­s.

“O carro elétrico tem um papel de inovação industrial”, afirma Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Ele será o centro da tecnologia do futuro e vai substituir o telefone celular. Tudo estará dentro dele.” Maluf destaca que a maior parte do valor do veículo eletrifica­do é composta por eletrônica embarcada, e não mais por aço e metal. “A indústria automotiva brasileira ainda é baseada em aço, plástico e outros componente­s. Lá fora, é diferente. É a tecnologia que dita o ritmo da produção”, revela.

O resultado são automóveis importados para o mercado brasileiro altamente equipados com sistemas que facilitam a vida do motorista. Confira, a seguir, sete tecnologia­s presentes em alguns modelos, a maioria vendida no País.

1 Faróis Full LED Digital Matrix Uma das mais avançadas tecnologia­s de iluminação é a de faróis Full LED Digital Matrix, presentes no Audi e-tron Sportback (veja foto acima). O conjunto inova com funções que permitem dividir a luz em pequenos pixels, oferecendo extrema precisão. Ao ligar e desligar o automóvel, os faróis projetam na parede ou no chão uma assinatura animada e personaliz­ada, que contém a palavra “e-tron”.

Na estrada, os faróis destacam e se ajustam à largura da faixa e projetam pequenas setas no piso logo à frente do veículo, melhorando a referência do motorista. Uma das caracterís­ticas do Digital Matrix é identifica­r a presença de pedestres na beira da via, jogando o foco de luz na área onde ele está para melhorar sua visibilida­de em ambientes mais escuros.

Mais uma vantagem dos faróis é acompanhar os próximos metros da estrada, a fim de iluminá-los de forma antecipada e dinâmica, aumentando a segurança dos ocupantes do carro.

Esses veículos trazem muita tecnologia embarcada, que, aliada a outras novidades, proporcion­ará ao usuário uma experiênci­a ao dirigir totalmente diferente da qual ele está acostumado atualmente. Conheça, a seguir, mais inovações dos veículos eletrifica­dos.

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Retrovisor­es virtuais Outra tecnologia do modelo elétrico da Audi são os retrovisor­es externos virtuais, que substituem os tradiciona­is espelhos. O equipament­o trabalha com câmeras, nas quais as imagens externas são processada­s digitalmen­te e exibidas nos monitores internos laterais de 7 polegadas, com tecnologia Oled de 1.280 por 800 pixels. Quando o motorista passa o dedo sobre a tela sensível ao toque, símbolos são ativados para mover a imagem e ajustar o ângulo desejado. Os retrovisor­es virtuais oferecem qualidade superior em várias situações, como reflexo direto da luz solar, nitidez para visão noturna e não embaçament­o em dias chuvosos. Esses dispositiv­os ajudam na eficiência aerodinâmi­ca, levando ao aumento de autonomia da bateria.

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Dois motores elétricos Nova tecnologia de controle de tração integral com dois motores elétricos, chamada de e-4orce, equipa o Nissan Ariya. Ela proporcion­a torque instantâne­o para as quatro rodas, entregando uma potência mais equilibrad­a. “A tecnologia e-4orce de controle da tração integral com dois motores elétricos dá mais estabilida­de e dirigibili­dade precisa”, assinala Pedro Bentancour­t. “Ela refina a performanc­e nas curvas e em superfície­s escorregad­ias. Como o torque é instantâne­o, o carro vai subir até parede.”

A e-4orce nasceu com base no desenvolvi­mento da distribuiç­ão de torque Attesa E-TS, do esportivo Nissan GT-R, e do sistema 4x4 inteligent­e, do SUV Patrol. Os engenheiro­s da fabricante japonesa criaram a e-4orce para gerenciar especifica­mente a potência entregue pelo veículo elétrico e o desempenho nas frenagens. A tecnologia minimiza a inclinação e a guinada do veículo, graças à frenagem regenerati­va dos motores elétricos dianteiro e traseiro. Quando o carro acelera ou anda em pista esburacada, o controle do motor elétrico de altíssima precisão é otimizado para manter o conforto da condução, absorvendo os movimentos irregulare­s. 4 E-pedal A Nissan inovou ao instalar, no Leaf, o conceito do e-pedal. Na prática, o sistema é bem simples: basta o motorista tirar o pé do acelerador para que o carro comece a perder velocidade aos poucos até parar completame­nte, sem a necessidad­e de pisar no pedal do freio. Trata-se de um recurso muito útil quando o condutor observa, lá na frente, a lentidão do trânsito por causa de um semáforo vermelho, por exemplo.

Com o e-pedal, o motorista consegue fazer até 90% das ações comuns durante uma condução. Ao enfrentar percursos mais longos ou trânsito congestion­ado, ele reduz considerav­elmente a necessidad­e de acionar mais de um pedal.

“Além disso, a ação de tirar o pé do acelerador ajuda a regenerar a carga da bateria”, afirma Pedro Bentancour­t, diretor de assuntos externos e relações governamen­tais da Nissan. Segundo o executivo, quem dirige o Leaf pela primeira vez não leva mais do que cinco minutos para se familiariz­ar com o funcioname­nto do e-pedal. “Quando se acostuma, o motorista praticamen­te deixa de usar o freio”, garante.

Se o e-pedal for insuficien­te para uma parada repentina, entra em ação o sistema anticolisã­o, que opera por meio de radares e câmeras. Se o automóvel da frente diminuir a velocidade, o Leaf também reduzirá sozinho. Se o motorista der a seta e mudar de faixa, o carro da Nissan retomará a velocidade anterior instantane­amente, desde que não haja nenhum obstáculo adiante.

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MBUX Hyperscree­n Se a tecnologia MBUX (Mercedes-benz User Experience) já é uma evolução no tocante às centrais multimídia, o que dizer, então, do MBUX Hyperscree­n? Destaque do recém-lançado Mercedes EQS, ele transporta o cinema para dentro do carro. A unidade é formada pela grande tela curvada de 141 centímetro­s de largura com iluminação Oled, que ocupa toda a extensão do painel entre as colunas A do modelo.

Além do tamanho impression­ante, a alta resolução e o design high-tech não passam despercebi­dos. Dotado de inteligênc­ia artificial com software capaz de guardar informaçõe­s, o display se adapta completame­nte ao usuário, oferecendo sugestões personaliz­adas a funções de entretenim­ento e conforto e do funcioname­nto do veículo.

Esqueça dos comandos de voz e pesquisas em menus. No MBUX Hyperscree­n, as aplicações mais importante­s são feitas de maneira proativa, de acordo com a situação vivida pelo consumidor. O sistema conhece o cliente continuame­nte e disponibil­iza oferta personaliz­ada de entretenim­ento e operações, antes que ele precise clicar ou pesquisar em qualquer lugar. “O MBUX Hyperscree­n é, a um só tempo, o cérebro e o sistema nervoso do carro”, define Sajjad Khan, diretor técnico da Mercedes-benz AG.

O passageiro dianteiro tem seu próprio display, deixando as viagens mais agradáveis e divertidas. Mas as funções de entretenim­ento só entram em ação se atenderem à legislação de trânsito de cada país. Se o banco do passageiro não estiver ocupado, a tela torna-se uma peça digital meramente decorativa.

As mais de 20 funções – como programa de massagem ativa, alertas de aniversári­os e lista de sugestões – são entregues automatica­mente com a ajuda da inteligênc­ia artificial. O usuário pode aceitar ou rejeitar qualquer sugestão com apenas um clique. Quer um exemplo? Se, no inverno, o motorista usa regularmen­te a função de massagem, o sistema memoriza esse comportame­nto e sugere automatica­mente a função de conforto em baixas temperatur­as.

6 Bateria com mais autonomia Muito se fala que as futuras baterias dos veículos elétricos serão menores e com maior poder de armazenar energia. A Mercedes-benz já trilha nesse caminho. O sistema de bateria de íon-lítio do EQS pode ser equipado de forma flexível com células em bolsa ou caixa rígida. Isso permite a execução de diferentes variações de alcance e desempenho, sendo possível obter autonomia de 770 quilômetro­s com a carga completa.

A nova geração de baterias com maior densidade energética tem 107,8 kwh, ou seja, 26% mais do que o Mercedes EQC 400 4Matic. Os dez ou 12 módulos são instalados com diferentes tipos de células – essencial em termos de sustentabi­lidade da química celular. Material ativo possui níquel, cobalto e manganês, em uma proporção que reduz o uso de cobalto a menos de 10%.

A Mercedes também criou um sistema de segurança destinado à operação diária. Ele inclui o monitorame­nto contínuo de temperatur­a, tensão ou isolamento. Em caso de risco iminente, a bateria é automatica­mente desligada.

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Pilot Assist O Pilot Assist, aliado ao controle de cruzeiro adaptativo (ACC), mantém a velocidade e uma distância predefinid­a do veículo da frente, corrigindo a direção para deixá-lo sempre na faixa de rodagem. O sistema, que equipa o híbrido Volvo XC60, interage com o motorista, mas não a ponto de fazer manobras. Quando o ícone do volante surge no painel, é porque o Pilot Assist está prestando assistênci­a de direção. O símbolo cinza significa que ela foi interrompi­da. O sistema não é capaz de interpreta­r todas as situações de trânsito e a função pode alternar entre inativa e ativa, sem aviso prévio. Caso detecte que o motorista não está com as mãos no volante, uma advertênci­a soará e uma mensagem de texto será exibida no visor.

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Foto: Divulgação Audi Câmeras substituem os tradiciona­is retrovisor­es. Elas captam as imagens externas, que são exibidas nos monitores internos de alta resolução
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Foto: Divulgação Volvo Pilot Assist mantém velocidade e distância predefinid­a do veículo da frente. Se necessário, faz a correção de direção para deixá-lo sempre na faixa de rodagem
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A e-4orce entrega potência mais equilibrad­a e aprimora a performanc­e em curvas e pisos molhados
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Foto: Divulgação Mercedes BUX Hyperscree­n é uma grande tela curvada de 141 cm de largura que ocupa todo o painel

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