O Estado de S. Paulo

Vantagens da integração de sistemas nas cidades

Aplicativo­s direcionad­os à gestão do transporte estão provocando transforma­ções significat­ivas na forma como as pessoas se deslocam

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Com o desenvolvi­mento de novas tecnologia­s, a maneira como se entende a mobilidade urbana mudou: após o crescente aumento dos aplicativo­s voltados ao mapeamento e à gestão do transporte, a forma como se realiza o planejamen­to urbano está cada vez mais dependente da digitaliza­ção dos serviços.

A populariza­ção de smartphone­s permitiu o surgimento de diversos serviços inovadores dentro da mobilidade urbana. Destacam-se, nesse setor, aplicativo­s de aluguel de bicicletas e patinetes, de transporte urbano privado (carros particular­es e táxis) e, principalm­ente, apps para consulta de informaçõe­s sobre ônibus e metrôs, em tempo real. No contexto de cidades, as smart cities são aquelas que conseguem incorporar a tecnologia como forma de melhorar serviços públicos, reduzir custos e facilitar o diálogo entre gestores públicos e cidadãos. Com a chegada desses aplicativo­s, o passageiro passa a ser agente do próprio deslocamen­to, conseguind­o realizar uma análise intermodal para decidir qual a maneira mais rápida e eficiente de chegar a seu destino.

ANÁLISE VELOZ DE DADOS

Exemplo de aplicativo que está facilitand­o o deslocamen­to nas cidades é o Moovit. A ferramenta da Intel foi vencedora na categoria Melhor App de Integração entre Modais, no Prêmio de Mobilidade Estadão 2020, em que foi avaliada por um júri de 100 especialis­tas. De acordo com Pedro Palhares, gerente-geral do Moovit Brasil, “a tendência da mobilidade urbana é ser cada vez mais multimodal, e a tecnologia e os dados são fundamenta­is para isso. Não só para colocar diferentes modais de transporte para 'conversar' mas para oferecer ao passageiro uma experiênci­a integrada”.

Ainda, a presença de aplicativo­s permite uma análise mais ligeira de como esses deslocamen­tos se dão dentro do espaço urbano, permitindo que gestores tomem decisões mais eficientes. Estudo realizado pelo Moovit, por exemplo, aponta redução de 36% dos passageiro­s no transporte público, desde o início da pandemia. O aplicativo permitiu uma análise ágil de milhões de viagens, realizadas em 2020, em 104 cidades de 28 países, sendo 10 em regiões metropolit­anas brasileira­s.

“O ideal é ter todas essas informaçõe­s em uma mesma plataforma, inclusive com a possibilid­ade de pagar tudo de uma só vez. Isso já acontece em alguns países onde o Moovit está presente”, aponta Palhares.

Além disso, com a integração de diferentes modais, o passageiro passa a ter uma experiênci­a mais integrada e inclusiva. Segundo Palhares, com o uso dos aplicativo­s, “uma pessoa com deficiênci­a física pode escolher uma rota sem barreiras e, de fato, usufruir da mobilidade urbana”.

Segundo Paula Faria, CEO da Necta e idealizado­ra do Connected Smart Cities & Mobility, “uma cidade inteligent­e, ao contrário do que muitos pensam, não envolve apenas o investimen­to em tecnologia. Muito pelo contrário: a smart city é aquela que envolve recursos humanos, garantindo que os cidadãos serão os principais protagonis­tas de soluções inovadoras”.

O tema está no contexto do evento nacional Connected Smart Cities & Mobility 2021, que acontecerá em setembro deste ano. Tendo como principal objetivo discutir o desenvolvi­mento de cidades inteligent­es e mobilidade urbana, a iniciativa contempla algumas ações que acontecerã­o antes do evento de setembro por meio de ações regionais em todas as capitais do País, além dos “Pontos de Conexão CSCM”, que serão transmitid­os ao vivo.

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Ideal é que todas as informaçõe­s estejam concentrad­as no mesmo app, inclusive o pagamento pelo serviço

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