Alertas dos EUA foram contestados
Os Estados Unidos relataram casos de envio ilegal de madeira brasileira para os portos americanos entre o fim de 2019 e início de 2020. As informações foram encaminhadas ao Ibama, mas os alertas foram confrontados pelo órgão, que alegou que documentos antes exigidos não eram mais necessários.
Um desses casos foi detalhado à PF pelo adido americano, Bryan Landry. Em ofício à PF, Landry relatou irregularidades na importação feita pela empresa Tradelink Madeiras Ltda., de Ananindeua, no Pará, com destino à sua representação Tradelink Wood Products Inc, na Carolina do Norte (EUA) (mais informações nesta página).
Segundo Landry, em 10 de janeiro de 2020, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (FWS) deteve para inspeção três contêineres de madeira do Brasil. Na fiscalização, os americanos notaram que o material não tinha a documentação prevista e acionaram o Ibama. Uma semana depois, o órgão brasileiro confirmou que dados falsos haviam sido inseridos no sistema de controle e que a empresa exportava sem a autorização.
Em 5 de fevereiro, porém, o FWS recebeu “certidões” do Ibama para liberar o material. “Apesar da determinação anterior de ilegalidade e notificação de violação por funcionários do Ibama, as ‘certidões’ defendiam a libertação da detenção”, disse Landry. O FWS recebeu ainda “despacho interpretativo” do presidente do Ibama, Eduardo Bim, segundo o qual a autorização de exportação não era mais necessária. Landry disse que, enquanto houver dados conflitantes, os embarques permanecem retidos, “em aparente violação” a normas do Ibama.