UE fecha acordo para reabrir fronteiras para vacinados
Bloco europeu permite entrada de viajantes de países com menos de 75 casos por cada 100 mil habitantes
A União Europeia chegou a um acordo ontem para reabrir suas fronteiras aos visitantes que foram totalmente vacinados com uma vacina aprovada pelo órgão de saúde e aos que vêm de uma lista de países considerados seguros do ponto de vista do coronavírus, permitindo viagens mais amplas de olho na temporada de verão.
Embaixadores dos 27 Estados-membros da UE endossaram um plano que permitirá a visita de turistas e de outros viajantes não essenciais, que foram proibidos de entrar no bloco por mais de um ano.
A mudança foi vista como necessária para países dependentes do turismo, como Grécia e Espanha. Outras nações da UE, que dependem menos dos turistas para empregos e renda, especialmente no norte da Europa, desejavam manter exigências mais rigorosas para visitantes não essenciais e manter o coronavírus afastado. Mas elas acabaram cedendo à medida que as vacinações avançavam e depois que lhes foi prometida a capacidade de reverter o curso se os casos de contágio aumentarem novamente.
As novas regras devem entrar em vigor na próxima semana, em razão de alguns entraves burocráticos. Mas, dependendo de quão bem cada país se preparou para receber turistas, podem ser implementadas imediatamente. Alguns países, como a Grécia, já disseram que removerão os requisitos de teste de PCR e quarentena para visitantes vacinados. Mas a maioria dos países, provavelmente, adotará essas mudanças de forma mais lenta e conservadora.
Segundo as novas medidas, será permitida a entrada de turistas procedentes de qualquer país, desde que totalmente imunizados contra o coronavírus com vacinas autorizadas pela UE ou a Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso abrange as vacinas da Astrazeneca, Johnson & Johnson, Moderna, Pfizer-biontech e Sinopharm, segundo um projeto de regulamentação visto pelo jornal The New York Times.
Essa mudança abriria as portas para os americanos imunizados, que têm recebido doses da Johnson & Johnson, Moderna e Pfizer, apesar de os EUA serem o país com o maior número de casos (33 milhões) e o de mortes (587 mil).
A mudança também estabelece critérios mais flexíveis para determinar a lista de nações “seguras”, cujos cidadãos podem entrar no bloco sem vacinação, mediante protocolos de prevenção. Pelo critério atual, um país considerado “seguro” pode registrar até 25 novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Com as novas medidas, o número será ampliado para 75 casos por 100 mil habitantes. Os viajantes desses países ainda podem ser obrigados a apresentar um teste PCR negativo para serem autorizados a entrar na
União Europeia. A lista, elaborada com base em critérios epidemiológicos e atualizada regularmente, será finalizada hoje.
A taxa estabelecida seria muito alta para muitos dos próprios países da UE, que têm índices de novos casos muito acima de 75 por cada 100 mil habitantes. A Grécia, por exemplo, registrou 269 novos casos por 100 mil pessoas nas últimas duas semanas; na Itália, o número era de 249. Dos 27 integrantes do bloco, apenas três – Finlândia, Malta e Portugal – estão abaixo do índice que se aplicará a outros países.
Com base em dados do Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças, o Reino Unido, que deixou o bloco, atenderia aos novos critérios, enquanto o Brasil ficaria de fora – apesar de seus cidadãos poderem se beneficiar com a regra de vacinação.