O Estado de S. Paulo

Projeto solar da Brookfield terá R$ 1,4 bi do BNDES

- WILIAN MIRON, CYNTHIA DECLOEDT E GABRIEL BALDOCCHI

AElera Renováveis, braço da gestora de ativos Brookfield, obteve financiame­nto de R$ 1,42 bilhão do Banco Nacional do Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) para construir a primeira fase do Complexo Janaúba, com 14 usinas de geração solar. O empreendim­ento será implantado em Minas Gerais, com investimen­to total de R$ 2 bilhões e início da operação previsto para 2022. Serão produzidos 840 megawatts (MW) de energia nova para o Sistema Interligad­o Nacional (SIN). A segunda fase do projeto, prevista para 2023, adicionará 360 MW. Ao todo, serão 20 usinas que terão capacidade para produzir 1,2 gigawatt (GW) de energia – suficiente para atender a uma capital como Recife. Deste total, 1 GW já está vendido por meio de contratos no mercado livre.

» Aporte. A Elera planeja investir cerca de R$ 5 bilhões até 2023, sendo R$ 3,8 bilhões para projetos de geração solar, e outro R$ 1,2 bilhão para eólicas e usinas hídricas. O objetivo é superar os 3 GW em geração no Brasil no fim do período.

» Limpinho. Apenas neste ano, o BNDES já aprovou R$ 3,3 bilhões em financiame­ntos de projetos de energias renováveis pelo Finem, que devem resultar em 1,172 GW em capacidade instalada.

» Tristeza. As perdas com desastres naturais no Brasil superaram os US$ 4 bilhões no ano passado, segundo o Relatório de Análise de Clima e Catástrofe­s da consultori­a global de riscos Aon. Não há dado comparativ­o. O número é um dos grandes indicadore­s utilizados pelo mercado financeiro para quantifica­r o impacto econômico da ausência de práticas governamen­tais e corporativ­as voltadas à sustentabi­lidade e que acabam levando ao descontrol­e do ciclo da natureza.

» Fogo e água. Os prejuízos resultante­s de incêndios florestais, por conta de condições severas da seca, influencia­das pelo La Niña, em combinação com queimadas intenciona­is, chegam a US$ 3 bilhões. As inundações respondem por mais de US$ 1 bilhão em danos.

» Recorde. Só na Amazônia brasileira, mais de 2,7 milhões de acres (1,1 milhão de hectares) foram perdidos de agosto de 2019 a julho de 2020 o nível mais alto em mais de uma década. A região do Pantanal perdeu 11,1 milhões de acres (4,5 milhões de hectares), o equivalent­e ao Espírito Santo e correspond­ente a 30% da área total do bioma. Segundo o Laboratóri­o de Aplicações de Satélite Ambiental (Lasa), as duas regiões sofreram aumento de 84% nas queimadas, em um ano.

» Check in. O movimento de transforma­ção de hotéis em residência­s ganha força no Rio de Janeiro, em meio à severa crise no setor de turismo. A novata D2J lança no próximo mês um empreendim­ento residencia­l que terá como base o prédio do antigo Flamengo Palace, fundado nos anos 1970. As obras de restauraçã­o (retrofit) devem durar um ano e a expectativ­a é alcançar um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 36 milhões no projeto. » Histórico. Com 17 andares, o hotel familiar fechou as portas após a crise de 2016 e foi comprado pela incorporad­ora por R$ 10 milhões. O projeto é voltado ao público investidor e tem administra­ção da Housi, que oferece um modelo de assinatura para as locações.

» Interesse. A D2J foi fundada em 2018 e deve fechar o ano com R$ 180 milhões de VGV. A incorporad­ora negocia ainda com outro hotel, em Copacabana, para ser transforma­do em residencia­l.

» Concorrido. Outra incorporad­ora novata já indicou interesse por hotéis em dificuldad­es ou que fecharam as portas na crise. A Bait, investida da família Klabin, está de olho em ao menos cinco empreendim­entos. A tendência também tem atraído fundos e estrangeir­os.

» Oxigênio. O indicador que monitora as vendas no varejo em todo Brasil da Boa Vista mostrou um pequeno respiro na atividade de um dos segmentos mais impactados pela mais recente restrição à circulação, por conta da pandemia. O Indicador Movimento do Comércio subiu 4,7% em abril frente a março.

» Copo meio cheio. Também houve desacelera­ção na retração do índice em 12 meses, até abril, para 5%. A notícia boa é que, em relação a abril do ano passado, o indicador subiu 24,6%, mostrando que o impacto do isolamento no comércio foi menor do que no ano passado. A melhora do indicador daqui em diante dependerá da recuperaçã­o econômica, já que o desemprego ainda é alto e o auxílio emergencia­l está mais magro do que no ano passado.

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FELIPE RAU/ESTADAO-14/10/2019
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FABIO MOTTA/ESTADÃO-27/7/2013
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ARAQUÉM ALCÂNTARA-25/3/2021

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