Projeto solar da Brookfield terá R$ 1,4 bi do BNDES
AElera Renováveis, braço da gestora de ativos Brookfield, obteve financiamento de R$ 1,42 bilhão do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construir a primeira fase do Complexo Janaúba, com 14 usinas de geração solar. O empreendimento será implantado em Minas Gerais, com investimento total de R$ 2 bilhões e início da operação previsto para 2022. Serão produzidos 840 megawatts (MW) de energia nova para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A segunda fase do projeto, prevista para 2023, adicionará 360 MW. Ao todo, serão 20 usinas que terão capacidade para produzir 1,2 gigawatt (GW) de energia – suficiente para atender a uma capital como Recife. Deste total, 1 GW já está vendido por meio de contratos no mercado livre.
» Aporte. A Elera planeja investir cerca de R$ 5 bilhões até 2023, sendo R$ 3,8 bilhões para projetos de geração solar, e outro R$ 1,2 bilhão para eólicas e usinas hídricas. O objetivo é superar os 3 GW em geração no Brasil no fim do período.
» Limpinho. Apenas neste ano, o BNDES já aprovou R$ 3,3 bilhões em financiamentos de projetos de energias renováveis pelo Finem, que devem resultar em 1,172 GW em capacidade instalada.
» Tristeza. As perdas com desastres naturais no Brasil superaram os US$ 4 bilhões no ano passado, segundo o Relatório de Análise de Clima e Catástrofes da consultoria global de riscos Aon. Não há dado comparativo. O número é um dos grandes indicadores utilizados pelo mercado financeiro para quantificar o impacto econômico da ausência de práticas governamentais e corporativas voltadas à sustentabilidade e que acabam levando ao descontrole do ciclo da natureza.
» Fogo e água. Os prejuízos resultantes de incêndios florestais, por conta de condições severas da seca, influenciadas pelo La Niña, em combinação com queimadas intencionais, chegam a US$ 3 bilhões. As inundações respondem por mais de US$ 1 bilhão em danos.
» Recorde. Só na Amazônia brasileira, mais de 2,7 milhões de acres (1,1 milhão de hectares) foram perdidos de agosto de 2019 a julho de 2020 o nível mais alto em mais de uma década. A região do Pantanal perdeu 11,1 milhões de acres (4,5 milhões de hectares), o equivalente ao Espírito Santo e correspondente a 30% da área total do bioma. Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélite Ambiental (Lasa), as duas regiões sofreram aumento de 84% nas queimadas, em um ano.
» Check in. O movimento de transformação de hotéis em residências ganha força no Rio de Janeiro, em meio à severa crise no setor de turismo. A novata D2J lança no próximo mês um empreendimento residencial que terá como base o prédio do antigo Flamengo Palace, fundado nos anos 1970. As obras de restauração (retrofit) devem durar um ano e a expectativa é alcançar um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 36 milhões no projeto. » Histórico. Com 17 andares, o hotel familiar fechou as portas após a crise de 2016 e foi comprado pela incorporadora por R$ 10 milhões. O projeto é voltado ao público investidor e tem administração da Housi, que oferece um modelo de assinatura para as locações.
» Interesse. A D2J foi fundada em 2018 e deve fechar o ano com R$ 180 milhões de VGV. A incorporadora negocia ainda com outro hotel, em Copacabana, para ser transformado em residencial.
» Concorrido. Outra incorporadora novata já indicou interesse por hotéis em dificuldades ou que fecharam as portas na crise. A Bait, investida da família Klabin, está de olho em ao menos cinco empreendimentos. A tendência também tem atraído fundos e estrangeiros.
» Oxigênio. O indicador que monitora as vendas no varejo em todo Brasil da Boa Vista mostrou um pequeno respiro na atividade de um dos segmentos mais impactados pela mais recente restrição à circulação, por conta da pandemia. O Indicador Movimento do Comércio subiu 4,7% em abril frente a março.
» Copo meio cheio. Também houve desaceleração na retração do índice em 12 meses, até abril, para 5%. A notícia boa é que, em relação a abril do ano passado, o indicador subiu 24,6%, mostrando que o impacto do isolamento no comércio foi menor do que no ano passado. A melhora do indicador daqui em diante dependerá da recuperação econômica, já que o desemprego ainda é alto e o auxílio emergencial está mais magro do que no ano passado.