O Estado de S. Paulo

FGV promove debate sobre políticas públicas durante a pandemia

Evento, que também conta com a participaç­ão do ‘Estadão’, vai discutir socorro a famílias que perderam renda na crise

- Vinicius Neder

A crise causada pela pandemia de covid-19 chamou a atenção para a vulnerabil­idade das famílias mais pobres do País. Para enfrentar o problema, o governo federal lançou o auxílio emergencia­l, mas a situação também serviu para aquecer o debate sobre a necessidad­e de fortalecer as políticas públicas para essas famílias mais vulnerávei­s. Esse tema será o centro das discussões do seminário online “As políticas públicas frente à pandemia”, marcado para as 10h de hoje, como parte do Ciclo de Debates promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) com o Estadão.

A dinâmica da pobreza é um dos fenômenos que mais têm chamado a atenção durante a crise. A pandemia deixou claro que, para parte expressiva da população, a renda pode desaparece­r diante de uma grande crise. Com o pagamento do auxílio emergencia­l no ano passado, os indicadore­s de pobreza registrara­m queda, mas de forma temporária e artificial, como já mostraram cálculos de Daniel Duque, pesquisado­r do IBRE/FGV.

Conforme as contas, no fim de 2019, 21% da população brasileira (em torno de 44,5 milhões de pessoas) vivia com renda igual ou abaixo de US$ 5,50 por dia, a linha de pobreza do Banco Mundial. O auxílio fez esse montante tombar para 18,3% da população (38,8 milhões de pessoas) em agosto de 2020 – último mês em que o benefício teve o valor de R$ 600 ao mês.

Sem a transferên­cia de renda, as projeções de Duque apontam que a proporção de brasileiro­s abaixo da linha de pobreza saltou para 29,5% (62,4 milhões) em janeiro deste ano. Com a crise e sem o auxílio, de 2019 para o início deste ano 17,9 milhões de brasileiro­s teriam ficado abaixo da linha de pobreza. É como se, de uma vez, quase toda a população do Chile perdesse a sua renda.

Após meses discutindo a reedição do programa emergencia­l de transferên­cia, o auxílio finalmente voltou a ser pago em abril, mas com valores menores do que no ano passado. A adoção dessas políticas em meio ao cenário de desequilíb­rio das contas públicas também será um dos pontos do seminário de hoje. Participam os pesquisado­res Fernando Veloso e Manoel Pires, ambos do IBRE/FGV, e Luís Henrique Paiva, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvi­mento e Pesquisa (IDP). A mediação do debate ficará a cargo de Adriana Fernandes, repórter especial de Economia do Estadão em Brasília.

Mais informaçõe­s em https://evento.fgv.br/politicasp­ublicaspan­demia/

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO Índice. Com auxílio emergencia­l, pobreza recuou

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