O Estado de S. Paulo

Área mais poluída do Rio Tietê cai pela metade

Levantamen­to da SOS Mata Atlântica aponta melhora em metade da bacia hidrográfi­ca do rio, em regiões como Sorocaba e Jundiaí

- André Borges /

Levantamen­to da SOS Mata Atlântica aponta que o maior rio do Estado apresenta melhora na qualidade da água em trechos no interior. A faixa com qualidade de água ruim diminuiu 65 quilômetro­s, ou quase 50%. Na capital, situação é crítica.

O Tietê sobrevive. Neste 22 de setembro, em que se comemora o Dia do Tietê, o maior rio do Estado de São Paulo apresentou alguns índices de melhora na qualidade de sua água em trechos do interior paulista. Na capital, porém, a situação continua crítica.

O resultado é melhor do que o registrado no ciclo anterior, divulgado em setembro de 2020, quando a mancha de poluição atingiu 150 km do rio, em dois trechos não contínuos. O trecho com qualidade de água ruim diminuiu 65 quilômetro­s, ou quase 50%.

A organizaçã­o SOS Mata Atlântica faz um acompanham­ento anual da qualidade de sua água e a evolução dos indicadore­s de impacto do Projeto Tietê. O levantamen­to se baseia em dados coletados entre setembro de 2020 e agosto de 2021 e foi realizado ao longo de um trecho de 576 km, entre a nascente, em Salesópoli­s, e a eclusa do reservatór­io de Barra Bonita, nesse município.

Depois de analisar a qualidade de água em 53 pontos de amostragem de 21 afluentes que se conectam ao Tietê, foi verificada uma tendência de melhora nas bacias próximas de Sorocaba, Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que correspond­em à metade da bacia hidrográfi­ca do rio. A melhora mais significat­iva foi verificada em Santana do Parnaíba, Itu e no município de Tietê, além de Botucatu, no reservatór­io de Barra Bonita.

Do total de pontos de amostragem, 36 apresentar­am um índice regular de qualidade e seis tiveram condição boa. Outros sete foram classifica­dos como ruins e quatro como péssimos. Nenhum ponto teve classifica­ção ótima. Dos quatro pontos péssimos, três estão no Rio Pinheiros, na capital paulista.

Os indicadore­s apontam leve tendência de melhora em alguns rios da bacia, como o de Jundiaí, em Salto. O córrego São Luiz teve melhora em dois pontos de coleta, no município de Itu – além do Rio Caicatinga e o Tietê, na região de Botucatu. A qualidade de água ruim, imprópria para usos e inadequada para a vida aquática, ficou restrita a dois trechos do Rio Tietê, entre o município de Suzano e a Ponte das Bandeiras, na capital, e no município de Porto Feliz. Os dois trechos totalizam 85 quilômetro­s de extensão, o que representa 14,7% dos 576 quilômetro­s monitorado­s

Água boa. A qualidade de água boa foi registrada em 124 quilômetro­s, enquanto o índice regular atingiu 283 quilômetro­s. Com isso, a condição de água boa e regular, que permite usos múltiplos e vida aquática, estendeu-se por 407 km, o que representa 70,63% de todo o trecho monitorado. O resultado mostra que os pontos com qualidade boa saltaram de três para seis locais, enquanto os pontos com água ruim caíram de 11 para sete pontos de coleta.

A SOS Mata Atlântica afirma que a série histórica mais longa, de 2010 a 2020, aponta uma reversão na tendência da qualidade da água. Houve um período de piora entre e 2010 e 2015. Maas com o aumento nas ligações de redes coletoras “os indicadore­s medidos nos rios passaram a apontar uma tendência de melhoria da qualidade da água na bacia do Tietê, a partir de 2016”, afirma a organizaçã­o.

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ALEX SILVA / ESTADÃO Na capital. Qualidade ruim no trecho entre o município de Suzano e a Ponte das Bandeiras

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