O Estado de S. Paulo

São Paulo perde chance de sair da zona do perigo

No Morumbi, time de Crespo fica no empate sem gols com o América-mg e permanece perto dos últimos colocados

- Fábio Hecico

O São Paulo deixou escapar a grande chance de se afastar de vez da faixa de risco do Brasileirã­o, ontem, ao esbarrar no América-mg. O time de

Hernán Crespo entrou em campo no Morumbi sonhando com a nona colocação, mas pecou na criativida­de, viu Tiago Volpi trabalhar muito e, com o empate por 0 a 0, permanece em posição decepciona­nte na classifica­ção, somente três pontos acima do Juventude, o primeiro da zona de rebaixamen­to.

O jogo valeu pela última rodada do primeiro turno e frustrou as expectativ­as dos são-paulinos não apenas pelo resultado, mas pela apresentaç­ão fraca. Mesmo em casa, o time ficou devendo futebol. Perdido em campo, o São Paulo passou aperto no fim da partida e não fossem as defesas de Volpi, lamentaria uma derrota.

Com improvisaç­ão de Galeano na lateral-direita e sem o zagueiro Léo, suspenso, Hernán

Crespo ainda ganhou mais um problema de última hora na escalação. Com irritação ocular, Luciano acabou vetado. O São Paulo apostava na dobradinha entre o centroavan­te e o argentino Rigoni para engatar a segunda vitória seguida. Vencer significav­a começar a sonhar com coisas maiores no Brasileirã­o, além de apenas se afastar das últimas posições.

Com Calleri ainda sem condições de jogar 90 minutos, a chance caiu novamente no colo de Pablo, que vive história de amor e ódio no clube e deve sair na próxima temporada. E com recomendaç­ão direta de Crespo: pressionar em busca do gol desse o início.

Mas, o pensamento se espelhou com a ideia de Vagner Mancini no clube mineiro. O América iniciou no campo ofensivo e deu trabalho para Tiago Volpi. Em menos de 10 minutos foram três finalizaçõ­es, duas com enorme perigo.

O susto foi rapidament­e absorvido pelo São Paulo, que aos poucos equilibrou o jogo. Pablo até abriu o placar. Estava impedido. Rigoni bateu forte de longe e parou em Cavichioli. Depois desviou de cabeça para fora. O São Paulo ficou devendo em criativida­de e finalizaçõ­es.

Igor Gomes, Nestor e Sara não conseguiam levar a bola até a entrada da área e Pablo ficava isolado. Pedia bola, orientava, mas de nada adiantava. Ao menos, a marcação se acertou e os sustos não existiram mais antes do intervalo.

Crespo tinha 15 minutos para tentar mudar o comportame­nto do time e evitar um tropeço em casa. O treinador optou pelo papo e a manutenção da equipe, apesar de ter Benítez e Calleri entre as opções.

Com postura mais ofensiva, o time cresceu. De cara, Igor Gomes falhou em preciosa oportunida­de ao cabecear para o alto dentro da pequena área. O São Paulo arriscava mais. Precisava, agora, de calma e capricho para fazer o gol. Sara seguia mal e num dos erros do meia, viu

Crespo perder a paciência. Tirou o armador e o isolado Pablo para investir na velocidade.

A tentativa de Crespo não deu certo e quem cresceu foi o time mineiro. A bola começou a rondar perigosame­nte a área de Volpi, que desta vez foi bem. Foram três lances de perigo impedidos com boas defesas do questionad­o goleiro, que evitou um vexame maior no Morumbi.

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