O Estado de S. Paulo

Fundos ESG ganharão normas e sigla próprias

- CRISTIANE BARBIERI, CYNTHIA DECLOEDT, MARCELO MOTA E CIRCE BONATELLI

Os fundos ESG (aqueles que atendem às melhores práticas ambientais, sociais e de governança) ganharão a sigla IS (de investimen­to sustentáve­l) em sua nomenclatu­ra, a partir de janeiro. Para isso, porém, precisarão se enquadrar a uma série de regras determinad­as pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A consulta pública a essas normas começou terça-feira e vai até 29 de outubro. O trabalho para que fossem desenvolvi­das teve início no comecinho de 2020 e ganhou ritmo de urgência, com o cresciment­o exponencia­l e a atenção que os investimen­tos ESG têm ganhado. No fim de 2019, havia 22 fundos registrado­s na Anbima com essa pegada, com R$ 1,3 bilhão em patrimônio. Hoje, são 46, com R$ 2,5 bilhões em ativos. » Sou. O marketing em torno do tema, no entanto, tem levado muitas gestoras a adotarem o termo para conquistar o investidor. Levantamen­to da entidade com todos os produtos financeiro­s com apelo “sustentáve­l” mostra existir um total de ativos sob gestão pelo menos 10 vezes maior do que os dos fundos registrado­s na subcategor­ia “sustentabi­lidade/governança”.

» Meta. “O objetivo das regras é permitir que esse mercado se desenvolva com qualidade e consistênc­ia e evitar o greenwashi­ng (quando um produto ‘vende’ a imagem de sustentáve­l, sem sê-lo)”, diz Carlos Takahashi, vice-presidente da Anbima. “Também evitar experiênci­as ruins ao investidor e trazer objetivida­de a critérios que não são quantitati­vos”.

» Critérios. Para receber a sigla IS, o fundo terá obrigatori­amente de ter descrito, em seu objetivo, a sustentabi­lidade. A metodologi­a, o processo de investimen­to e de acompanham­ento de ativos devem ser relacionad­os a práticas ESG. Bem como a transparên­cia e a divulgação de informaçõe­s de maneira periódica. “Na prática, o compromiss­o e a carteira do fundo devem ser alinhados e coerentes com os objetivos ESG”. » Tentáculos. O escritório de agentes autônomos Acqua-vero, que trocou a XP pelo BTG Pactual, está expandindo as operações ao segmento de corretora de seguros, com a compra da All in Care por valor não revelado. Especializ­ada no público de alta renda, a corretora tem mais de 40 mil clientes e R$ 35 milhões em apólices negociadas. A expectativ­a é atingir R$ 50 milhões de prêmio anualizado até 2022.

» Planos. Com o negócio, a Acquavero espera trazer clientes a sua base e poder atrair mais R$ 1,6 bilhão em ativos sob custódia no ano que vem. A expectativ­a é chegar a R$ 5 bilhões ainda este ano. » Pegada. O mercado de maconha para uso medicinal vem dobrando a cada ano, no Brasil. Levantamen­to realizado pela empresa de inteligênc­ia de mercado em cannabis Kaya Mind aponta que, mesmo restrito à importação e dominado pela burocracia, que leva a demoras angustiant­es para recebiment­o de um remédio, esse negócio deve girar mais de R$ 40 milhões em 2021.

» Fila. Só no primeiro semestre, foram R$ 21,8 milhões importados. No ano passado inteiro, foram R$ 21,86 milhões e, em 2019, R$ 9 milhões.

» Previsão. O compasso atual não compromete a estimativa de que esse mercado gire R$ 9,5 bilhões em 2025, feita pela própria Kaya Mind. Segundo o chefe de Inteligênc­ia da empresa, Thiago Cardoso, a projeção considera que o mercado se abrirá, com a permissão para cultivo em território brasileiro, como aconteceu em outros países nos quais o uso de maconha com fins medicinais foi descrimina­lizado. » Expansão. A Cyrela Brazil Realty está fazendo um ajuste em seu portfólio de empreendim­entos imobiliári­os para contornar o aumento nos custos de construção e, ao mesmo tempo, avançar em um segmento pouco explorado nas capitais. A Vivaz, marca do grupo para consumidor­es de renda média e baixa, está lançando uma linha ‘prime’, com apartament­os na faixa de R$ 240 mil a R$ 500 mil.

» Abrangente. Com isso, a Vivaz deixará de atuar exclusivam­ente dentro do programa Casa Verde e Amarela, no qual as unidades custam menos de R$ 340 mil nas capitais. No médio prazo, a ideia é que a linha ‘prime’ responda por um terço do portfólio da Vivaz.

» Vem aí. O primeiro projeto da Vivaz Prime em São Paulo abriu seu estande na Chácara Santo Antônio, com apartament­os de 34m² a 44m². O próximo projeto será no Socorro, entre Santo Amaro e Interlagos. Os produtos ‘prime’ terão itens como suíte, varanda e vaga de garagem, além de mais lazer no condomínio.

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TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO-2/6/2021
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NILTON FUKUDA/ESTADÃO -23/5/2012
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RICK WILKING /REUTERS

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