Nos EUA, Fed indica redução de estímulos ‘em breve’
O Federal Reserve (o Fed, o banco central americano) indicou que espera desacelerar em breve as compras de ativos que vem usando para estimular a economia e previu que pode aumentar as taxas de juros em 2022, enviando um sinal claro de que está se preparando para abandonar o programa de ajuda monetária conforme a economia se recupera do choque da pandemia. Na decisão de ontem, não houve mudança na taxa básica dos EUA, mantida entre zero e 0,25% ao ano.
“Se o progresso continuar como esperado, o comitê julga que uma moderação no ritmo de compras de ativos pode ser garantida em breve”, disse, em comunicado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) – órgão equivalente ao Copom.
A nova formulação do Fed eliminou o trecho que prometia avaliar o progresso da economia nas “próximas reuniões”, sugerindo que um anúncio formal da desaceleração poderia ocorrer já na próxima reunião do banco central, em novembro.
As autoridades do Fed enfrentam um cenário complicado quase 20 meses depois que a pandemia do coronavírus abalou a economia dos EUA. Os negócios se recuperaram à medida que os consumidores passaram a gastar mais, ajudados por repetidos estímulos do governo e outros benefícios. Mas o vírus persiste, e muitos adultos permanecem não vacinados, impedindo o retorno total ao normal. Ameaças externas também se avolumam, incluindo tremores no mercado imobiliário da China que colocaram os mercados financeiros em estado de alerta nesta semana.
O presidente do Fed, Jerome
Powell, e os demais diretores do Fed estão navegando por essas correntes cruzadas em um momento em que a inflação está em alta, e o mercado de trabalho, embora se recupere, ainda está longe de se fortalecer. Eles estão avaliando quando, e como, reduzir o estímulo da política monetária, na esperança de evitar o superaquecimento da economia ou do mercado financeiro e, ao mesmo tempo, manter a recuperação no caminho certo.