O Estado de S. Paulo

‘Expertise’ do Centrão em programas do PT auxilia Bolsonaro no Auxílio Brasil

- COM MATHEUS LARA. COLABOROU PEDRO VENCESLAU.

Dois expoentes do Centrão, egressos de governos petistas, participar­am da engenharia por trás do Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro. Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP), segundo apurou a Coluna, foram consultado­s pelo presidente sobre o programa de transferên­cia de renda. Para começo de conversa, deixaram claro que a capacidade eleitoral de Bolsonaro e dos demais governista­s depende em larga escala dos R$ 400/mês do Auxílio Brasil. Com a expertise adquirida nos anos do PT, explicaram para Bolsonaro como iniciativa­s desse tipo se revertem em votos e deram dica preciosa: é melhor o benefício ser temporário para o eleitor condiciona­r a renovação à vitória do governo.

• OXIGÊNIO. Diante dos argumentos na linha do “é tudo ou nada”, Bolsonaro foi convencido de que turbinar o Auxílio Brasil é imperativo para sua sobrevivên­cia política.

• ÁLIBI. Como Paulo Guedes parece mesmo não querer largar o osso, esse discurso cai feito luva para ele mandar às favas os escrúpulos orçamentár­ios: a seu estilo, poderá dizer que fará o que for preciso para “salvar o governo e o projeto”.

• SÃO TOMÉ. Tem muita gente no governo duvidando dos R$ 30 bilhões “extrateto” alardeados por Paulo Guedes. O ministro da Economia ainda não teria submetido suas planilhas para o escrutínio do Planalto.

• Calibre alto. De quem entende do riscado: Pedro Guimarães, presidente da Caixa, tem a beligerânc­ia que Bolsonaro quer na Economia neste momento.

• SE VIRA. Bolsonaro avisou: não admite que o Inec, ONG ligada ao PT, siga na gestão do microcrédi­to do BNB. Caso haja qualquer problema com a licitação em curso para escolha de um novo gestor, o Crediamigo passará de forma emergencia­l para o Caixa TEM, da Caixa Econômica Federal.

• SE VIRA 2. O “aviso” é uma reação do presidente ao ser informado de que há resistênci­as no BNB ao fim do contrato com o Inec. Em busca de votos no Nordeste, Bolsonaro não quer ouvir falar no assunto.

• CALOU FUNDO. Eduardo Leite (PSDB) vem seduzindo tucanos de São Paulo historicam­ente (e emocionalm­ente) ligados à família Covas. O governador do Rio Grande do Sul e pré-candidato a presidente gravou mensagens lembrando a trajetória de Mario Covas (1930-2001). Teve gente que foi às lágrimas.

• PORTA ABERTA. Um dos argumentos usados pelos “aecistas” em favor de Eduardo Leite nas prévias do PSDB é que, com ele como candidato ao Planalto, ficará mais fácil negociar fusões com outros partidos. Entre eles, o Cidadania.

• É ISSO AÍ. Com a filiação de Rodrigo Pacheco ao PSD, Gilberto Kassab cumpre etapa fundamenta­l do projeto presidenci­al do partido. E ainda faturou uma Coca-Cola apostada com Alda Marco Antônio...

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