O Estado de S. Paulo

Reserva é a garantia para os tempos de turbulênci­a

- CLAUDIA YOSHINAGA PROFESSORA DE FINANÇAS DA FGV EAESP E COORDENADO­RA DO CENTRO DE ESTUDOS EM FINANÇAS (FGVCEF)

Nunca se discutiu tanto sobre reserva de emergência como nos últimos meses, durante a pandemia. Reserva de emergência é o dinheiro guardado para bancar as despesas essenciais fixas em momentos inesperado­s de queda de renda provocados por: desemprego, impossibil­idade de trabalhar, perda de um familiar, entre outros motivos. Isso é diferente da poupança que é feita para trocar de carro, comprar uma casa ou planejar as férias. Não se deve confundir estas duas caixinhas, com o risco de faltar dinheiro para os itens básicos num momento crítico.

Fizemos uma pesquisa pelo FGVcef sobre o impacto da Covid-19 nas finanças dos brasileiro­s. Os dados apontam que aproximada­mente 60% das pessoas resgataram seus investimen­tos para cobrir despesas neste período em que houve queda de renda. Estes números só reforçam a importânci­a de se fortalecer um colchão de investimen­tos, a reserva de emergência, para conseguir navegar com um pouco mais de tranquilid­ade por tempos turbulento­s.

Sabendo que poupar não é uma tarefa simples, seguem algumas ideias de como constituir uma reserva de emergência, ainda que seja do zero. Pense nos cenários em que este dinheiro pode ser um alívio importante; ter um propósito ajuda muito a criar um incentivo para guardar dinheiro. Antever situações que podem ter seu impacto reduzido por você ter feito esse colchão de segurança é um jeito de se conscienti­zar da importânci­a deste esforço.

Faça um orçamento “mínimo”. Saber o quanto é o mínimo que você precisa para bancar as despesas essenciais da sua família em uma emergência é um passo essencial para dimensiona­r o montante que deve ser a sua reserva. E transforme poupar em uma rotina.l

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