O Estado de S. Paulo

SouSmile, de aparelhos invisíveis, ‘morde’ aporte de R$ 100 milhões

- GIOVANNA WOLF

A startup brasileira SouSmile, que oferece aparelhos dentais invisíveis, anunciou ontem que recebeu um aporte de R$ 100 milhões. Fundada em 2018, a empresa pausou os investimen­tos, que estavam em expansão antes da pandemia, e agora planeja pisar no acelerador para crescer 400% em faturament­o em 2022.

A rodada agora anunciada foi liderada pela gestora Kaszek e teve participaç­ão também de Chromo Invest, GFC, sócios da Atmos Capital, Allievo e Endeavor Scale-up Ventures. Até então, a startup havia recebido um total de US$ 11,1 milhões (cerca de R$ 61 milhões na cotação atual) em investimen­tos.

Inspirada na norte-americana Invisalign, a SouSmile usa tecnologia no desenvolvi­mento dos aparelhos e nos processos relacionad­os ao atendiment­o. Como no caso da múlti americana, os alinhadore­s dentais são criados a partir de imagens 3D geradas pelo escaneamen­to da boca do paciente – os casos são monitorado­s para prever a sequência de movimentaç­ão dos dentes em cada etapa do tratamento.

Além de automatiza­r a fabricação dos aparelhos, a startup tem uma plataforma com sistema de agendament­o para pacientes e gestão de clínica para dentistas. “A SouSmile investe em tecnologia desde o começo para melhorar a experiênci­a do cliente e garantir qualidade da entrega em escala”, afirmou, ao

Estadão, o português Michael Ruah, cofundador e presidente executivo da startup.

SEM INTERMEDIÁ­RIO. Ao contrário do modelo da Invisalign, que tem dentistas parceiros que atuam em seus próprios consultóri­os, o contato da SouSmile é direto com o paciente. Para realizar os atendiment­os, a startup tem seis clínicas próprias em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte – ao todo, são 25 dentistas parceiros. Os pacientes são atendidos inicialmen­te pelo site da SouSmile.

Com os novos recursos, um dos planos é ampliar a rede de dentistas, afirma Ruah. A meta é chegar a 200 profission­ais no ano que vem. Para isso, a startup investirá em fortalecim­ento de marca e novos produtos, como alinhadore­s que funcionem para um número maior de casos.

O aparelho invisível da startup custa hoje cerca de R$ 4,2 mil – menos da metade do que é cobrado por um tratamento da Invisalign. O preço praticado pela SouSmile se assemelha ao de outra brasileira que tenta ganhar o mercado de aparelhos “invisíveis”: as versões da startup Smilink saem hoje por cerca de R$ 4,1 mil. •

Modelo de negócios Ao contrário da americana Invisalign, SouSmile tem rede própria de clínicas para seus aparelhos

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JF DIORIO/ESTADÃO - 21/10/2S019 SouSmile, de Ruah, retoma expansão após ‘parada’ na pandemia

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