O Estado de S. Paulo

Quando o hambúrguer pede vinho

Na prova de 13 vinhos de diversos estilos e preços entre R$ 69 e R$ 254, confira o que melhor combina com o sanduíche

- SUZANA BARELLI

Um hambúrguer com um tinto elaborado com a uva zinfandel foi uma das melhores harmonizaç­ões da degustação promovida pelo Paladar entre vinhos (provamos 13) e o sanduíche norte-americano. O resultado confirma uma das regras básicas desses casamentos gastronômi­cos: o prato local combina com o vinho da região. É assim com chablis e as ostras, com um italiano chianti com pasta com molho à bolonhesa e foi assim com o hambúrguer e o vinho.

A zinfandel é uma uva de origem croata, que chegou à Califórnia nos anos 1820 e se adaptou muito bem por lá – é uma das variedades mais plantadas nos EUA. A uva também faz sucesso na Puglia, na Itália, onde é conhecida como primitivo (essa combinação não pôde ser testada porque a garrafa do Primitivo di Manduria estava com problemas e foi descartada).

A ideia da degustação é encontrar estilos de vinho que harmonizem com o hambúrguer – no caso, o sanduíche com pão, queijo, carne, cebola, alface, tomate e maionese, acompanhad­o de batata frita (degustamos o Stencil, do Bullguer, sem o seu molho). Desta prova com 13 rótulos, as melhores harmonizaç­ões foram com vinhos que apresentam um toque tostado, fruto da passagem por barricas de madeira. Esta caracterís­tica combinou com a carne e com o tostadinho do pão.

Na combinação, o chamado “peso” do sanduíche foi importante – tanto os vinhos mais leves como os mais encorpados não harmonizar­am com o hambúrguer. O salgado da batata contrastou de forma saborosa com o toque frutado, que às vezes traz uma sensação mais doce. A gordura da carne e do queijo pedia tintos com maior acidez. O hambúrguer também combinou com os tintos mais rústicos.

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