O Estado de S. Paulo

Lançada em 1984, versão de David Lynch é considerad­a um fracasso

- DANIEL SILVEIRA

Apesar de aclamado por muitas de suas produções no cinema, como Eraserhead (1977), O Homem Elefante (1980), Coração Selvagem (1990) e Mulholland Drive: Cidade dos Sonhos (2001), a versão de David Lynch para Duna é um conhecido fracasso de Hollywood. Mesmo com um elenco que incluía de Francesca Annis, como Lady Jessica, a Sting, no papel

Em 1984, o iniciante Kyle MacLachlan fez o papel de Paul Atreides de Feyd-Rautha Harkonnen, a produção não decolou.

O próprio Lynch assume que o filme não teve o melhor desempenho. Em junho de 2020, em um vídeo em seu canal no YouTube respondend­o a perguntas de fãs, ele comentou: “Praticamen­te tenho orgulho de tudo (na carreira), exceto de Duna”.

Há várias teorias para o fracasso do longa-metragem. Uma delas é que durante as filmagens houve muita interferên­cia da Universal, o que teria limitado a criação. Outra aponta para ações de corte de orçamento na produção.

Para os críticos, o maior problema é que Lynch não consegue dar conta de adaptar bem a história. Muitos falam sobre como o filme parece correr com as tramas do livro, rico em detalhes, o que não agradou aos fãs da obra. A versão que foi para o cinema tem cerca de duas horas de duração, uma outra, estendida, lançada posteriorm­ente com quase três horas, ainda foi insuficien­te para cobrir todo o universo de Frank Hebert. O primeiro corte de Lynch tinha quatro horas. Em questão de linguagem, muito se fala sobre algumas escolhas do diretor como o uso de narração e de diálogos expositivo­s.

Quem quiser tirar as próprias conclusões, o filme está disponível na Netflix.

 ?? FLASHSTAR HOME VIDEO ??
FLASHSTAR HOME VIDEO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil