O Estado de S. Paulo

Djokovic faz a última aposta para poder jogar na Austrália

Tênis Após ter o visto cancelado pela segunda vez, sérvio volta a ser detido e apela novamente à Justiça; decisão será do Tribunal Federal

- MELBOURNE

Novak Djokovic se livrou da deportação imediata, mas não do constrangi­mento de ser novamente detido depois de ter o seu visto cancelado pela segunda vez na Austrália. O sérvio terá sua situação resolvida definitiva­mente pelo Tribunal Federal do país apenas amanhã. Toda essa polêmica ocorre porque Djokovic se recusa a se vacinar contra a covid-19.

Na manhã de sábado na Austrália (noite de ontem no Brasil), Djokovic se reuniu com responsáve­is pela imigração no país da Oceania. Na audiência, ficou definido que sua apelação para reaver o visto começará a ser apreciada às 9h30 de domingo (22h30 de hoje pelo horário de Brasília). Até lá, ele ficará detido pelas autoridade­s australian­as.

A nova reviravolt­a no caso ocorreu na tarde de ontem (madrugada de sexta no Brasil), quando o ministro da Imigração cancelou o visto de Djokovic pela segunda vez desde que ele desembarco­u em Melbourne, há 10 dias.

“Hoje eu exerci meu poder sobre a Lei de Migração para cancelar o visto de Novak Djokovic por motivos de saúde e boa ordem, com base no interesse público”, disse Hawke por meio de um comunicado. “Ao tomar esta decisão, considerei cuidadosam­ente as informaçõe­s fornecidas a mim pelo Departamen­to de Assuntos Internos, pela Força de Fronteira Australian­a e pelo Sr. Djokovic...”

IRRACIONAL­IDADE. Nicholas

Wood, um dos advogados do atleta, considerou a decisão de Hawke “irracional’’. “O Sr. Hawke escolheu remover da Austrália um homem de boa reputação e prejudicar sua carreira por causa dos comentário­s que Djokovic fez em 2020. Ele não tem base racional para dizer que a decisão que toma é para evitar maior sentimento antivacina, que ele está tentando minimizar’’, bradou.

Novak Djokovic é contra vacinas e entrou no país com uma permissão especial, obtida com ajuda da entidade organizado­ra do Aberto da Austrália. Mas não conseguiu convencer as autoridade­s sobre o motivo de não ter se vacinado, teve o visto cancelado e foi retido no hotel para refugiados.

Na segunda-feira, o juiz Anthony Kelly, do Estado australian­o de Victoria (onde fica Melbourne), restabelec­eu o visto. No entanto, depois descobriu-se que ele descumpriu regras de isolamento após ter contraído covid recentemen­te, condição que permitiria sua entrada sem estar vacinado – disse ter tido exame positivo em 16 de dezembro –, e foi acusado dar informaçõe­s falsas no formulário da imigração australian­a, o que ele atribuiu a erro de um funcionári­o. Acabou tendo o visto cancelado de novo.

Com isso, Djokovic ficou sujeito a deportação imediata. Mas seus advogados recorreram ao Tribunal Federal e ontem um juiz australian­o determinou que nada aconteça até que a Justiça do país revise a decisão de cancelar o visto.

EM QUADRA. Se conseguir reaver seu visto amanhã, Djokovic, cabeça de chave número 1, vai estrear no Aberto da Austrália na segunda-feira, por volta das 5h da manhã pelo horário de Brasília. Seu adversário será o também sérvio Miomir Kecmanovic. Que está vacinado. •

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DIEGO FEDELE / EFE–13/1/2022 Djokovic teve o visto cancelado duas vezes; estreia no Aberto da Austrália está marcada para segunda

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