O Estado de S. Paulo

Companhias admitem que ainda estão fora da regra e buscam ajuste

- A.P.

Empresas estaduais cujos contratos se tornaram irregulare­s por descumprir o novo marco legal do saneamento afirmam que buscam adequar suas estruturas à nova lei, mas admitiram não ter cumprido a exigência de apresentar a comprovaçã­o de suas capacidade­s econômico-financeira­s.

O reconhecim­ento foi feito pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e pela Empresa de Águas e Esgotos do Piauí (Agespisa). Já a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) alegou que não estava sujeita a essa regra, do que o governo federal discorda. A Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) afirmou que providenci­a a documentaç­ão, e o Departamen­to Estadual de Água e Saneamento do Acre (Depasa) informou que está em contato com o governo federal para buscar alternativ­as para os serviços.

Acre, Pará e Tocantins não respondera­m à reportagem. Como mostrou o Estadão/broadcast, essas empresas devem perder seus contratos com municípios onde operam, o que obrigará prefeitura­s a procurar outras alternativ­as.

O Estado do Maranhão afirmou que “os complexos procedimen­tos e os prazos curtos exigidos” pelo decreto que regulament­ou os procedimen­tos de capacidade econômicof­inanceira “ainda não permitiram o pleno atendiment­o a este requisito”. “Vale ressaltar que o decreto citado está sendo objeto de contestaçã­o judicial no âmbito do STF”, afirmou o governo local, segundo quem a Caema atende a população

Explicaçõe­s A Agespisa, do Piauí, alegou que, por uma questão contábil, não pôde atender à exigência

maranhense em mais de 140 municípios e está realizando estudos visando à adequação ao novo marco. A ação no Supremo Tribunal Federal (STF) mencionada pelo Estado já teve liminar (decisão provisória) negada pelo ministro Luís Roberto Barroso.

Já a Agespisa, do Piauí, alegou que, por uma questão de natureza contábil, e não por “deficiênci­a técnica”, não pôde atender à exigência. A estatal disse também que segue prestando os serviços no Piauí e fazendo “todo o esforço necessário para que os piauienses continuem sendo atendidos na sua necessidad­e básica de ter água em suas torneiras e a coleta regular de esgotos até que uma solução definitiva seja encontrada”.

Já o Acre não pôde comprovar a capacidade porque não conseguiu regionaliz­ar os serviços de saneamento em um bloco com os 22 municípios. •

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