Brmalls recusa oferta da Aliansce que criaria gigante de R$ 13 bi
Caso fusão tivesse sido aceita, nova empresa teria uma carteira de 69 shoppings no País; conselho da empresa viu ‘subavaliação’
A administradora de shoppings Brmalls informou ontem ao mercado que seu conselho de administração decidiu por unanimidade recusar uma proposta de fusão feita pela Aliansce Sonae no início do mês. A combinação de negócios criaria uma gigante no setor com cerca de R$ 13 bilhões em valor de mercado e uma carteira de 69 shoppings centers no Brasil.
Segundo a ata da reunião em que os conselheiros da Brmalls rejeitaram a oferta, a companhia explica que a recusa se deu “por entender que a referida proposta subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo da companhia e do seu portfólio de ativos”. Ainda ontem, a Aliansce tornou públicos os termos da sua proposta de 4 de janeiro, classificada pela empresa como uma “fusão de iguais”. Segundo fato relevante, a companhia ofereceu à concorrente uma junção dos negócios meio a meio, mais um prêmio em dinheiro de R$ 1,35 bilhão.
Na ocasião, a Aliansce Sonae tinha um valor de mercado de R$ 5,389 bilhões, enquanto a Brmalls era negociada a R$ 6,915 bilhões.
O conselho da Brmalls se reuniu no dia 6, quando discutiram a proposta não solicitada e não vinculante da Aliansce Sonae. Antes de qualquer definição, foi acertado que os administradores e os assessores financeiros e jurídicos realizariam análises para aprofundar o entendimento sobre os pontos centrais da oferta. Após essa análise técnica, os membros do conselho recusaram a proposta por unanimidade.
DESAFIOS. Quando surgiram os primeiros rumores da proposta, na virada do ano, o Credit Suisse avaliou que os principais desafios da união estariam ligados à gestão do negócio após a fusão. “A parte mais desafiadora, na nossa visão, parece ser a respeito de quem vai administrar a empresa, uma vez que tanto Ruy Kameyama quanto Rafael Sales são altos executivos bem conceituados por suas equipes.” •