Procuradoria do Casaquistão diz que 225 morreram em protestos
Violência
Para conter os distúrbios, o governo congelou o preço dos combustíveis e ordenou a repressão
Necrotérios do Casaquistão receberam 225 cadáveres durante as manifestações da semana passada, incluindo de 19 membros das forças de segurança. O anúncio foi feito ontem pela procuradoria-geral. Sem dar detalhes, o promotor Serik Shalabayev disse que o número de mortos inclui civis e “bandidos” armados abatidos pela polícia. Segundo ele, o número de vítimas está sendo constantemente atualizado.
Anteriormente, o governo cazaque havia anunciado a morte de 164 pessoas. Autoridades também haviam afirmado que ao menos 12 mil pessoas foram presas no atos, que começaram contra o aumento do preço dos combustíveis, mas que rapidamente incorporaram outras demandas, alimentadas por uma grande insatisfação com o declínio nos padrões de vida e a corrupção endêmica da elite política do país.
A revolta foi a crise de segurança mais grave vivida pelo Casaquistão desde a independência, nos anos 90. O governo conseguiu conter a revolta com a ajuda de tropas da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), aliança militar liderada pela Rússia que começou a se retirar do país na quinta-feira.
Durante os protestos, o presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokaiev, autorizou as forças de segurança a atirar para matar manifestantes. “Dei a ordem de matar sem aviso prévio”, disse Tokaiev em discurso na TV. “Os terroristas continuam danificando propriedades e usando armas contra os cidadãos. Estamos lidando com bandidos armados e treinados.”
Diante dos distúrbios, Tokaiev aceitou a renúncia do governo, congelou o preço dos combustíveis e ordenou a repressão. Ele assumiu pessoalmente o controle das forças de segurança, tentando afastar de vez a influência do ex-ditador do país, Nursultan Nazarbayev, de 81 anos. Ontem, dois genros de Nazarbayev oram expulsos da direção de grandes estatais de energia.