Consórcio de cidades e plano contra crise do clima são estratégias
Um bom exemplo de participação da sociedade civil e das prefeituras contra desastres naturais, segundo o professor Pedro Luiz Côrtes, da USP, é o consórcio criado no Vale do Itajaí (SC), que sofria com enchentes e deslizamentos. Em 2008, 135 pessoas morrem no Estado por causa das chuvas. Depois, os municípios da região se uniram e criaram uma rede de alertas.
“A chuva pode até causar danos econômicos lá, mas as pessoas são avisadas com antecedência e retiradas de suas casas”, diz. “Esse tipo de tecnologia, que está disponível para produtores rurais, que são alertados sobre as mudanças no clima, tem de chegar às nossas cidades.”
Jacobi cita os exemplos de Santos, que criou uma lei para lidar com as mudanças climáticas, e Niterói. A cidade da região metropolitana do Rio, onde 267 pessoas morreram, em 2010, no deslizamento do Morro do Bumba, é uma das poucas a terem uma secretaria municipal de mudanças climáticas. Criada em fevereiro de 2021, a pasta foi uma pioneira do tipo no Brasil. Entre os projetos em andamento, estão a mitigação do impacto da poluição causada pelos tráfego intenso entre o município e a capital e a implementação de métodos para que os prédios da administração pública se adaptem a padrões de emissão zero de carbono.
Em Santos, o plano municipal de mudanças climáticas foi criado em 2016, após um ano de estudos. A fase de elaboração começou antes mesmo do plano nacional. Fazem parte do escopo do plano a viabilização de instrumentos econômicos para políticas públicas, a criação de uma base de dados sobre mudanças climáticas e o monitoramento de fatores de risco à saúde decorrentes do aquecimento global.