O Estado de S. Paulo

Shoppings estão voltando ao nível de 2019, diz especialis­ta

- F.G.

Para o especialis­ta no setor de varejo e sócio da Varese Retail, Alberto Serrentino, o fato de o comércio eletrônico ter ultrapassa­do as vendas dos shoppings não é motivo de grande preocupaçã­o para o setor. Segundo ele, os shoppings já estão em rota de atingirem o mesmo resultado pré-pandemia. O tombo das vendas ao longo dos últimos anos, lembra, foi um efeito direto do período de restrições mais duras. Além disso, segundo ele, o e-commerce já vinha com uma taxa de cresciment­o maior mesmo antes da pandemia.

“Quando as pessoas se sentem mais seguras, elas voltam ao shopping. E foi isso o que vimos no quarto trimestre de 2021”, diz Serrentino. Na sua leitura, o shopping center no Brasil transcende o local de compras, porque se tornou um grande espaço de entretenim­ento, incluindo gastronomi­a – e tem sido exatamente esse segmento que ainda não retomou ao ritmo pré-pandêmico, diz.

Isso não quer dizer, porém, segundo o especialis­ta, que os shoppings não terão de lidar com desafios específico­s. Um desses trabalhos seguirá sendo o processo de digitaliza­ção, já iniciado por imposição das restrições sociais. “O grande desafio é como o shopping center conseguirá aderir à nova jornada de consumo, sendo um grande hub de entretenim­ento. Isso passará pela transforma­ção digital que simplifica a vida do cliente”, destaca.

Essa transforma­ção significar­á, por exemplo, conectar o cliente a uma determinad­a loja de um shopping, para que ele possa saber, antes de se deslocar até o estabeleci­mento, se um produto está disponível.

VOLTA.

Os números já começam a refletir a retomada. Um dos grandes grupos de shoppings centers no País, com 19 empreendim­entos, a Multiplan, que tem no portfólio o Morumbi e Vila Olímpia, apontou, em seus dados operaciona­is referentes ao último trimestre do ano que os motores estão aquecidos. Nos últimos três meses do ano, a empresa reportou número recorde na história da companhia. O cresciment­o foi de 8,1% ante o mesmo período no ano anterior. O último trimestre de 2021 foi o primeiro do ano com 100% da operação em horário regular.

O indicador de aluguel nas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) apresentou cresciment­o de 41,4%. Já as vendas nas lojas tiveram aumento de 10,3% ante o quarto trimestre de 2019. •

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