O Estado de S. Paulo

Lira critica governador­es por tributação nos combustíve­is

Presidente da Câmara usou as redes sociais para afirmar que os governador­es miram soluções visando eleições deste ano

- AMANDA PUPO

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi às redes sociais ontem para criticar a postura de governador­es em relação ao preço dos combustíve­is e afirmar que cobranças sobre o tema precisam ser dirigidas ao Senado, presidido por Rodrigo Pacheco (PSDMG). Lira acusou os chefes estaduais de cobrarem soluções agora “mirando” as eleições de outubro, e ressaltou que a Câmara aprovou em outubro um projeto para aliviar os efeitos dos aumentos dos combustíve­is, mas que ficou parado no Senado.

“A Câmara tratou do projeto de lei que mitigava os efeitos dos aumentos dos combustíve­is. Enviado para o Senado, virou patinho feio e Geni da turma do mercado”, começou Lira na publicação, segundo quem a medida foi classifica­da como “intervenci­onista e eleitoreir­a” pelos críticos.

RESISTÊNCI­A.

Aliado de Bolsonaro, que costuma classifica­r o Imposto sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços (ICMS), cobrado pelos Estados, como o grande vilão do preço dos combustíve­is, Lira afirmou neste domingo que, no ano passado, os governador­es resistiram em reduzir o tributo. Em outubro, a Câmara aprovou um projeto para mudar a incidência de ICMS sobre combustíve­is e estabelece­r um valor fixo por litro para o imposto. À época, por sua vez, já havia um entendimen­to de que o texto teria poucas chances de avançar no Senado em razão da resistênci­a dos Estados.

Em resposta, no fim daquele mês, os chefes estaduais anunciaram o congelamen­to do valor do ICMS na bomba dos postos de gasolina por um período de 90 dias, que acabará ao fim de janeiro. Na sexta-feira, 14, o Comitê Nacional de Secretário­s da Fazenda (Comsefaz) confirmou que o congelamen­to será encerrado na data originalme­nte prevista. O anúncio veio acompanhad­o de uma nota do governador do Piauí e coordenado­r do Fórum Nacional de Governador­es, Wellington Dias, afirmando que os aumentos têm servido apenas para “aumentar os lucros da Petrobras” e cobrou uma solução definitiva para os combustíve­is por meio da reforma tributária.

“Podiam ter pressionad­o ainda ano passado”, disse Lira nas redes sociais. “Agora, no início de um ano eleitoral, governador­es, com Wellington Dias à frente, cobram soluções do Congresso.

Com os cofres dos Estados abarrotado­s de tanta arrecadaçã­o e mirando em outubro, decidiram que é hora de reduzir o preço. Registro também que fizemos nossa parte. Cobranças, dirijam-se ao Senado.”

Pelo texto aprovado pela Câmara, a cobrança do ICMS passaria a ser feita consideran­do um valor fixo por litro – a exemplo de impostos federais PIS, Cofins e Cide –, modelo conhecido como “ad rem”. Ele substituir­ia a cobrança atual, que utiliza um porcentual sobre o valor do preço (“ad valorem”). •

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Lira cobra que Senado vote projeto de mudanças no ICMS

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