O Estado de S. Paulo

2022 exige prudência, mas com mais criativida­de, diz Wmccann

Agências Perspectiv­as Para Hugo Rodrigues, presidente do conselho da Wmccann, há oportunida­des em meio a um cenário de crises simultânea­s

- ANDRÉ JANKAVSKI

O ano de 2022 começou com uma explosão de casos da variante Ômicron da covid-19 – cenário visto por todos, de empresas a consumidor­es, como um sinal de alerta na hora de definir os próximos passos. Apesar do reaquecime­nto e da retomada de investimen­tos em 2021, o presidente do conselho de administra­ção da Wmccann, o publicitár­io Hugo Rodrigues, considera necessária uma dose de cautela para as empresas não serem surpreendi­das novamente por um retorno da pandemia.

“Depois do baque que todos os setores da economia sofreram em razão da pandemia, o mercado começa a sentir algumas melhoras. Contudo, vemos a doença e suas variantes se alastrando ainda mais neste início de ano, colocando à prova a volta de eventos e do consumo presencial, e sinais alarmantes nos níveis de pobreza e desemprego, daí a necessidad­e de continuarm­os sendo prudentes para a tomada de decisões mais acertadas”, afirmou o executivo ao Estadão.

Isso, no entanto, não quer dizer que a criativida­de ficará de lado nesse momento. Muito pelo contrário. E isso deve acontecer até para as empresas aproveitar­em oportunida­des que aparecem a cada dia – ou, no caso de setores mais atingidos pelas medidas de isolamento social, sofrerem menos nesse período.

SETOR RELEVANTE. Prova disso é que o investimen­to em publicidad­e está próximo dos R$ 50 bilhões, segundo dados do Conselho Executivo das Normas-padrão (Cenp). Porém, mais do que o dinheiro direto que é lançado nas propaganda­s, o mesmo Cenp aponta que a cada R$ 1 investido na área gera R$ 8,54 em riqueza no Produto Interno Bruto.

Logo, a publicidad­e já tem a sua participaç­ão mais do que consolidad­a dentro da economia brasileira. Para Rodrigues, agora, é ainda mais importante que as agências e as marcas entendam que também podem fazer a diferença na vida das pessoas.

“O ciclo comportame­ntal de todos nós foi alterado, e a criativida­de teve um papel importante para conectar marcas e pessoas de forma verdadeira. Além disso, nossa missão como agência ficou ainda mais forte: ajudar as marcas a ganhar um papel significat­ivo na vida das pessoas”, afirma o executivo.

Um dos cases que exemplific­am esse momento da agência é a campanha “Tracker Pilotas”, criada para a Chevrolet, marca da montadora GM. A ideia foi mostrar que as mulheres, ao contrário do que o pensamento machista de outros tempos apontava, podem pilotar o que elas quiserem – e não apenas o fogão, como comumente as ofensas são dirigidas. Para ilustrar diferentes mulheres dentro dos carros, a agência convocou a chef Paola Carosella, a surfista e campeã brasileira Yanca Costa, a diretora de engenharia da GM, Fabíola Rogana, a pilota de avião Helena Lacerda e a médica Andrea Ortega.

“O filme traz mulheres reais no centro da história, ressignifi­cando a frase que era para ser um insulto: ‘vai pilotar fogão’, demonstran­do que as mulheres podem pilotar o que bem entenderem, inclusive um fogão, se assim quiserem”, afirma Rodrigues.

TIKTOK E LIVES. O gosto brasileiro pelas redes sociais já é conhecido, mas a sua adoção acelerada ainda chama bastante a atenção. A presença local na

“Depois do baque que todos os setores da economia sofreram em razão da pandemia, o mercado começa a sentir algumas melhoras.” “Há sinais alarmantes nos níveis de pobreza e desemprego, daí a necessidad­e de continuarm­os sendo prudentes para a tomada de decisões.”

Hugo Rodrigues

Presidente do conselho de administra­ção da Wmccann

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WMCCANN - 12/1/2022 Para Rodrigues, da Wmccann, agências agora têm a função de ‘decifrar’ qual é a relevância das marcas no dia a dia dos consumidor­es

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