O Estado de S. Paulo

Comunicaçã­o em 2022 será mais otimista, prevê VMLY&R

Agências Perspectiv­as Apesar do avanço da variante Ômicron, a agência vê tendência de a criativida­de refletir um espírito mais leve da população

- ANDRÉ JANKAVSKI

O ano começou de um jeito que nenhum brasileiro gostaria, com explosão do número de casos de covid-19 e o receio de que iremos reviver todos os maus momentos da pandemia novamente. Porém, como no mundo as mortes não estão seguindo o mesmo ritmo, graças ao avanço da vacinação, é possível começar a ver o copo meio cheio de que o mundo avança para uma solução. Por isso, na visão Rafael Pitanguy, vice-presidente de criação da agência VMLY&R, é provável que um clima de otimismo seja mais comum até o fim do ano – e a comunicaçã­o deve caminhar na mesma direção.

“Acredito que a tendência da criativida­de no novo ano é refletir esse espírito, mais alegre e esperanços­o, embora sigamos atentos aos avanços da Ômicron”, diz Pitanguy.

Uma coisa que não deve mudar em 2022 em relação a outros anos, no entanto, são as comunicaçõ­es voltadas para a transforma­ção social do País, na visão do executivo.

Ele dá o exemplo da campanha “Eu Sou”, criada pela VMLY&R para a Starbucks Brasil. A ação usou o gancho da possibilid­ade de a pessoa escolher qualquer nome para ser escrito em seu copo de café para transforma­r uma das cafeterias em um cartório.

O motivo: pessoas trans poderiam mudar os seus nomes de nascimento sem custo e nenhum tipo de preconceit­o. A ideia foi chamar a atenção para o problema que a comunidade trans passa no País e para a felicidade que essas pessoas têm ao poder optar por utilizar o nome que escolheram para si.

A ação foi uma das premiadas do Brasil no último ano, tendo conquistad­o o primeiro Grand Prix (Grande Prêmio) de Glass do País no Festival de

Cannes, uma das categorias mais importante­s e disputadas do tradiciona­l evento.

“A necessidad­e de as marcas assumirem papéis sociais de fato atuantes também se tornou ainda mais latente. Saímos definitiva­mente da fase do discurso para a da ação, e isso trouxe ainda mais vigor para a indústria criativa”, diz Pitanguy.

TENDÊNCIAS. Além disso, a VMLY&R está de olho nas mudanças de hábitos na pandemia. Um exemplo é o e-commerce: se antes o comércio eletrônico mal chegava a 5% do total de vendas do varejo brasileiro, as vendas pela internet já representa­m cerca de 12% – com a tendência de alta.

Além disso, o executivo chama a atenção para o cresciment­o dos streamings, os novos modelos de prestação de serviço, como os vistos nas áreas de educação e saúde, e no próprio entretenim­ento.

“Foi o ano das telas, tanto nas nossas dinâmicas pessoais quanto nas relações entre marcas e consumidor­es”, afirma.

Porém, Pitanguy sabe que não dá apenas para ficar otimista diante dos problemas econômicos e sociais no Brasil. Mais do que isso, o publicitár­io chama a atenção para os antagonism­os que são vistos pelo País hoje, que devem ser ainda mais acentuados com a aproximaçã­o das eleições presidenci­ais. •

“O ano de 2021 foi das telas, tanto nas nossas dinâmicas pessoais quanto nas relações entre marcas e consumidor­es.”

Rafael Pitanguy

Chefe de criação da VMLY&R

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Pitanguy afirma que tendências como o e-commerce e o streaming de conteúdos vieram para ficar

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