O Estado de S. Paulo

Campanha da Propeg chegou a 100 milhões de brasileiro­s

Agência de publicidad­e teve a missão de explicar o que era o auxílio emergencia­l e como as pessoas teriam acesso aos recursos

- ANDRÉ JANKAVSKI

Imagine um cenário: uma agência de publicidad­e precisa, de um dia para o outro, se comunicar com metade da população brasileira. O motivo? Em meio ao isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, em que as pessoas estão praticamen­te presas em casa, o cliente precisa que milhões de cidadãos criem suas contas bancárias para poder receber o auxílio financeiro para garantir a sobrevivên­cia de suas famílias.

Essa foi a missão que a Propeg teve nos últimos dois anos com a Caixa Econômica Federal, que teve um grau de dificuldad­e adicional pelo fato de que ainda existem milhões de pessoas “desbancari­zadas” no País. E era esse público que a Caixa precisava cadastrar, por meio de uma conta digital.

Apesar das dificuldad­es, a estratégia deu certo. Com uma comunicaçã­o que mesclou peças didáticas, desde como funcionava o aplicativo do Caixa Tem até informaçõe­s sobre calendário­s para saques, e outras mais emotivas, com depoimento­s reais dos brasileiro­s que receberam os R$ 600, a Propeg ajudou a Caixa Econômica a alcançar 68 milhões de beneficiár­ios. Além disso, a Caixa viu 109 milhões de contas serem abertas nesse período conturbado.

“Uma das grandes vantagens da indústria da comunicaçã­o criativa é a sua capacidade de se adaptar à realidade. Com a pandemia, nossas marcas e criativos foram privados de seus recursos habituais, mas isso não prejudicou a nossa capacidade de criar”, afirma Vítor Barros, presidente da Propeg.

Mas a pandemia também trouxe benefícios dentro do dia a dia das agências, de acordo com Barros. Afinal, todos estavam passando pelo problema juntos. Isso, segundo ele, fez com que fosse criado um sentimento de empatia e solidaried­ade nas equipes, o que ajudou a diminuir o impacto negativo na saúde mental dos seus times.

A agência tem como mote construir um bom ambiente de trabalho nessa volta, adiada pela chegada da variante Ômicron. Para ele, o sistema híbrido de trabalho será a regra não só na Propeg, mas para todo o setor. “É muito bom estar com a família e não perder tempo com engarrafam­entos. Mas, quando você consegue desenvolve­r um ambiente saudável dentro da agência, com troca de inspiraçõe­s, você pode não multiplica­r a quantidade de trabalho produzido, mas sem dúvidas eleva a qualidade”, diz Barros.

OLHANDO ADIANTE. Desta maneira, o publicitár­io acredita que muitos projetos e ideias sairão da gaveta neste ano. Ele diz ter essa perspectiv­a observando o comportame­nto das empresas, que se mostram animadas em um contexto de vacinação em massa e com pelo menos a perspectiv­a de fim para a pandemia surgindo no horizonte. Não por acaso, ele acredita que a dor imaginada para a economia neste ano “será maior do que a dor que será sentida”.

“Acredito que a economia brasileira, assim como a economia global, sofreu com as fases mais agudas da pandemia. Mas o Brasil tem uma capacidade enorme de ressurgir das cinzas”, afirma Barros. “À medida que a pandemia vai sendo cada vez mais controlada, o mundo se voltará seus olhos mais uma vez para o Brasil, e isso vai desencadea­r uma série de novos investimen­tos.” •

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PROPEG Com a pandemia mais controlada, Barros, da Propeg, acredita na retomada de investimen­tos no País

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