O Estado de S. Paulo

Impacto eleitoral do fim do congelamen­to do ICMS põe governador­es em alerta

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Após anunciar o fim do congelamen­to nacional do ICMS sobre combustíve­is, governador­es já começam a projetar o cálculo do impacto da decisão nas disputas eleitorais, sobretudo os que miram a reeleição em outubro. Ainda que o discurso, praticamen­te unânime, seja de que foi possível provar à população e desmentir Bolsonaro que o “vilão” do aumento dos combustíve­is não era o ICMS, nos bastidores o clima é de preocupaçã­o. Boa parte dos governador­es prevê mais ataques por parte do presidente e de aliados. Os tuítes, no domingo, de Bolsonaro e do presidente da Câmara Arthur Lira, que chamou o fim do congelamen­to de “demagogia eleitoreir­a”, só reforçaram o sinal de alerta.

• É OSSO. “É difícil (minimizar o efeito do ano eleitoral no debate sobre o preço dos combustíve­is)”, disse à Coluna o governador do Piauí Wellington Dias (PT), que coordena o Fórum dos Governador­es e defende um fundo de equalizaçã­o dos combustíve­is.

• E AÍ? Sem diálogo com o governo federal, a saída, ao menos no momento, será “grudar” no Senado e na reforma tributária. Governador­es defendem reduzir impostos no consumo e implantar tributação sobre transferên­cia de lucros e dividendos.

• FIQUE EM CASA. Considerad­a “bem-vinda” por Bolsonaro, a Ômicron tem afetado o funcioname­nto na Esplanada. No Ministério da Ciência, as atividades presenciai­s foram suspensas em três órgãos. Boa parte da equipe da pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos também está em casa.

• FOI MAL. O Ministério Público de São Paulo perdeu a chance de apelar da decisão da Justiça que absolveu três réus numa acusação de superfatur­amento na compra de produtos hospitalar­es para o Hospital das Clínicas da USP. A promotoria teve sua denúncia recusada e foi condenada por má-fé.

• SEM BORRACHA. Na apelação enviada à Justiça, o promotor André Pascoal argumentou contra a decisão sobre má-fé, mas se esqueceu de reclamar sobre a absolvição. O chamado princípio da “preclusão consumativ­a” impede uma correção posterior na apelação.

• FALA. Michel Temer começa a arregaçar as mangas no debate nacional sobre reformas e conjuntura política. Ele participa nesta semana de um debate no Instituto Unidos Brasil. O ex-presidente deve falar para cerca de 350 empresário­s associados de diferentes setores.

• ÍDOLO. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) liderou a ode de bolsonaris­tas ao tenista sérvio Novak Djokovic, deportado da Austrália por tentar entrar no país sem vacina contra a covid-19. Para o filho de Jair Bolsonaro, o atleta tornou-se “um líder mundial”...

• FÉRIAS. Eduardo fez uma pausa nas férias para elogiar o tenista. Ele e a mulher, Heloisa Bolsonaro, e a filha, Georgia, estão viajando de motor home pelos Estados Unidos.

*ALBERTO BOMBIG ESTA DE FÉRIAS E RETORNA NO DIA 16 DE FEVEREIRO

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