O Estado de S. Paulo

76 % dos internados no Emílio Ribas têm vacinação incompleta

Secretaria de Saúde considera incompleta a imunização se a dose de reforço não foi tomada depois de 4 meses da última

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Dados da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo apontam que 76% dos pacientes internados com a covid-19 no Hospital Emílio Ribas, centro médico de referência na capital paulista, não se vacinaram ou não têm o esquema vacinal completo. A unidade tem hoje 145 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria disponívei­s para atendiment­o de casos do coronavíru­s e outras patologias.

Pacientes que tomaram a segunda dose há mais de quatro meses, e ainda não tomaram a injeção de reforço, foram considerad­os com o esquema vacinal incompleto. O mesmo ocorre com quem tomou a vacina de dose única (Janssen) há mais de dois meses e não tomou o reforço.

Especialis­tas ressaltam que o imunizante não é capaz de barrar completame­nte a infecção pelo coronavíru­s, mas previne casos graves e mortes. Diante do avanço acelerado da variante Ômicron, que faz postos de saúde lotarem em todo o País, a recomendaç­ão é de que as pessoas procurem a dose de reforço.

Estudos já mostraram que as vacinas desenvolvi­das pela Pfizer e pela Astrazenec­a, por exemplo, têm perda de eficácia contra a nova variante, mas mantêm significat­ivo grau de proteção quando são tomadas as três doses do imunizante.

INTERNAÇÕE­S. No último sábado, o Estado de São Paulo voltou a registrar mais de mil novas internaçõe­s por covid-19. A média diária de novas internaçõe­s é de 1.044. A última vez que São Paulo havia registrado números acima de mil foi em agosto de 2021.

Especialis­tas avaliam que a dose adicional da vacina também é importante para reduzir a transmissi­bilidade do vírus, evitando a sobrecarga dos sistemas de saúde.

Dados apresentad­os pelo secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, mostram que a taxa de internação de idosos por covid19 na rede pública é 24 vezes maior entre não vacinados na comparação com os que tomaram a terceira dose. A taxa de internação de idosos com o reforço é de 8,6 por 100 mil habitantes, e de 31,41 por 100 mil entre idosos com as duas doses. Já o índice de internação de os não vacinados é de 204,88 por 100 mil.

Na população de 12 a 59 anos de idade, a taxa de internação é 20 vezes menor entre os que receberam a dose de reforço, comparado com não vacinados. E seis vezes menor entre os que já receberam o reforço na comparação com os que têm as duas doses.

Os EUA orientam a vacinação com o reforço até mesmo a adolescent­es. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano, a eficácia das vacinas diminui com o tempo, especialme­nte em pessoas com 65 anos ou mais, e a variante Ômicron reforça ainda mais a importânci­a do reforço. •

Reforço vacinal Vacinas perdem eficácia contra a Ômicron, mas mantêm significat­ivo grau de proteção

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